A paz, o puro branco, eu vi pulsando
No coração de pureza das crianças
A cor do futuro estava ali presente
Um futuro verdejante de esperanças
Envolto em sonhos, mágicas e utopias
De todas as cores e de muitas fantasias
No brilho dos olhos e das tranças
O amor ao próximo e às liberdades
Um mundo de paz eterna se previa
As flores, os campos, os rios, os mares
Tudo era motivo de muita alegria
Montanhas gigantes no alto da serra
A paz e o amor jorrando na terra
Toda a esperança que acontecia
Não demorou e as crianças cresceram
Envoltas no negro e na escuridão
Homens e mulheres é o que se viam
Entre os pedaços daquela explosão
A fome, a dor, o sofrimento, enfim
As flores mortas enfeitando o jardim
Abrindo espaços para a solidão
Agora são cinzas, só restam escombros
Um resto de tristeza em cada coração
Não há destino, não se arriscam rumos
A luz já não brilha, escureceu a razão
Não há mais porque, contente sorrir
Nada se espera, não há mais porvir
Sombras e lágrimas enfeitam o chão
O vermelho do sangue escorre pelas ruas
O líquido do inocente é derramado
Transborda o rio negro da vingança
Simbolizando a morte de um passado
Quem um dia foi verde , foi criança
Que teve sonhos, e guardou a esperança
No coração, em segredo, bem guardado
Hoje a criança não é verde, amadureceu
Seu coração vazio está seco e petrificado
Asfixiado em lágrimas não mais sorri
Se sente só, sem esperança, injustiçado
Só espera a hora de também morrer um dia
E abandonar seus sonhos e a ousadia
De ter nascido, ser menino e ter sonhado
Com um mundo de paz, sem violência
De muito amor, justiça e liberdade
Para gozar a vida com seus mil amores
Desde criança, bem no início da puberdade
Acostumou-se a sonhar com outro mundo
Que só conheceu em pensamento profundo
Hoje é descrente de toda a humanidade