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| Cordel-->Leis -- 04/04/2002 - 00:21 (J osé Ferreira (Zéferro)) |
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Leis
25/03/2002
Meu caro Dr. Valdez
Advogado falante
Remôo com avidez
A tese legisferante
Entretanto peço vênia
Arrazôo com vigor
Nem aqui nem lá no Quênia
Concordo com o Doutor
Pois se é crime andar nua
Pelada como bebê
Circunstância atenua
Vou argüir com você
Conforme lei salomônica
E código de Hamurabis
A decisão faraônica
O selo da flor de lis
Andar nua é normal
Com geral aprovação
Depende do material
Apresentado à visão
Aos diabos valoração
Se não há lesividade
Pois só no Valdez peladão
Há reprovabilidade
Já a Prenda ad natura
É factum meretissimus
Pois é só beleza pura
É res entusiasmandus
Ademais ela provoca
Coerção sentimental
Com a draconização
Do meu instinto animal
O desvalor só existe
Ubis societas, íbis jus
Se a fulana persiste
Em rebaixar os seus nus
E cito por edital
Qualquer vate nordestino
Pra dizer se é normal
Espiar o feminino
Qualquer um vai lhe dizer
No limiar da conduta
Só não vai gostar de ver
Quem é boiola ou fruta
Pois a coisa acessória
É que deixa a gente louca
Contenção é mandatória
É melhor ficar de touca
E as ações resultantes
Nos deixam embasbacados
Eis aí atenuantes
Se não ‘stamos alinhados
Portanto caro Doutor
Contradigo finalmente
Andar pelada dar cor
À vida de qualquer crente
E se for aquela china
Que me traz abilolado
Digo que é coisa bem fina
Tenho dito e julgado
JF
marques
Zéferro
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