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Cordel-->MEU TEMPO DE CRIANÇA -- 14/02/2002 - 00:12 (José Leocádio Ribeiro) |
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Ah! Que imensa saudade
do meu tempo de criança.
Vivido na minha cidade
de eterna lembrança.
Dos amigos inesquecíveis,
que nunca mais encontrei.
Dos momentos aprazíveis,
que jamais esquecerei.
Dos jogos com bola de meia
no campinho da estação,
nunca vi tanta peleia
Nos embates da emoção.
De empinar papagaios coloridos
que o céu azul enfeitavam.
De correr pelos bosques floridos
que a todos deleitavam.
Dos banhos proibidos
no córrego dos cafezais,
que eram tão divertidos,
mas preocupavam meus pais.
Das frutas roubadas
do pomar da dona Maria.
Atenta às surrupiadas,
mas fingia que não via
Era grande fartura.
parece até mentira,
caía tanta fruta madura
que enchia a guapira.
Do papo com os vizinhos
na esquina, em noite de luar,
éramos feitos homenzinhos
com as cabeças a sonhar.
Da pescaria ansiada,
à sombra dos bambuzais.
Da arapuca armada,
no meio das canaviais.
Do pão com mortadela.
Do bar do João Turco.
Onde toda a clientela
à noite jogava truco.
De quando eu cortava lenha
pra santa mãe fazer o café,
após a condura dizia uma senha:
Vá chamar o Zé.
Zé era o meu pai querido.
Caboclo durão e cismado.
Em todo o meu tempo vivido
não vi homem mais honrado.
Dos estimados irmãos,
Cada qual com o seu jeito,
seus bondosos corações
guardo com respeito
Da vida bela e saudável
quando predominava a inocência.
Hoje a mídia é responsável
por parte da violência.
A sociedade é fri e excludente.
Só os poderosos sobrevivem.
Onde estão os inocentes?
Se os acharem, avisem!
Quando eu deito a cabeça no travesseiro
para meu corpo relaxar.
Meu pensamento viaja ligeiro
Pro tempo que acabo de relatar.
Dá-me uma forte tristeza.
ponho-me a chorar.
Pois sei com certeza
aquele tempo não vai voltar.
Você, jovem que lê este poema
aproveite o tempo de infância.
Ignore a pressão do sistema,
viva sem jactância
Se a vida te der estrume,
cultive a mais bela flor.
Seja como o vaga-lume:
Ilumine o mundo com todo o amor.
13/07/99
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