A mim foi concebido tempo para nascer,
nove meses minha mãe teve de espera;
do albor da infância, vislumbrei o florescer
que, de súbito, transporta-me à primavera;
Tive tempo para amar e conhecer
da vida, suas curvas, retas, e esfera
onde aprisionei e vi o amor crescer,
ciente que, cativo, fosse só meu; não era !
Tive tempo para matar a ilusão,
tarântula de enormes e poderosas teias,
tentáculo que emaranhou meu coração !
Vida ! Não te apagues ! Luzes te vou acender,
Hoje, sou teia, sou tocha, tenho candeias;
NÃO TENHO TEMPO PARA ENVELHECER !
Soneto de Maria Julita Nunes: Poetisa, escritora, que gosta, aprecia e faz poesias, e desde criança em Teixeira – PB já assistia cantorias de Zé Limeira e de outros cantadores.