Usina de Letras
Usina de Letras
132 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62326 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22542)

Discursos (3239)

Ensaios - (10406)

Erótico (13576)

Frases (50707)

Humor (20051)

Infantil (5473)

Infanto Juvenil (4793)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140841)

Redação (3313)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6219)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->O BUTE -- 20/01/2002 - 12:46 (Marcodiaurélio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O BUTE



O Bute já teve aqui
o sertão vei visitar
cumeu fejão cum piqui
já num quiria vortá
iscolheu inté drumir
no mundo do lado de cá.

Gostou de tudo qui viu
de tudo qui aqui cumeu
do calor qui aqui subiu
dos bicho qui aqui morreu
dos cabra qui inda tão vivo
dos qui ainda num morreu.

Mandou buscar no Inferno
um capeta iscrivão
rigistrou num ter inverno
nas roda do meu sertão
mandando seu subalterno
iscrever no seu livrão.

Dispois de tudo anotado
dispois de tudo vivido
o Bute mei revortado
fez um grande alarido
pois o sertão rigistrado
cum Inferno é paricido.

E num gostou duma vista
nos chefe qui aqui se tem
do jeito qui se conquista
uma áima de arguém
apois são mais vigarista
qui o chefe qui o Inferno tem.

Num gostou por outro lado
dessa tá democracia
onde de tudo é roubado
pra se ter a mordomia
tendo gente inguá o diabo
cuma se fosse franquia.

Pensou muito em boa hora
de tudo pru qui mudar
butar mais fogo por fora
pru povo se animar
contratando a Caipora
pra ficar no seu lugar.

Pru pouco tempo pru certo
pois inda ia vortá
deixou um capeta perto
pra Caipora ele oiá
deu um pulo no Inferno
pra mudança compretar.

Foi pru lá butar em dia
oiá a temperatura
cuidando da friguisia
pra lava num ficar dura
apertar no bucho a cia
manter a cavargadura.

A casa em orde istava
nada pricisou mudar
a nutiça se iscutava
pra banda do lado de lá
era qui o Inferno tava
se arrumano pra mudar.

O Bute incontrou aqui
o que quiria querer
da Bahia ao Piauí
terra pra se perder
uma bandera a parir
cuma a do MST.

A legião vai mudar
usano de competença
pois ninguém vai se livrar
da suada penitença
cum seus pecado a pagar
no longo da existença.

A Corte vai se instalar
em nosso sertão quirido
uma orde exemprá
um Inferno mais pulido
o Bute vai compretar
o qui se foi prometido.

O Bute deu por firmado
a maior das decisão
o Inferno foi tombado
cum a privatização
por seu futuro tumado
cum outra população.

Vai se mandar para lá
o magote dos eleito
os qui subero arcançar
veriador e prefeito
e nenhum vai iscapar
dos pecado pro qui feito.

Guvernador, senador
já está tudo apurado
quem nunca teve pudor
e mermo assim foi votado
num iscapa um doutor
e nenhum dos deputado.

Num se vai ver mais senado
sindicança ou CPI
vai ficar tudo obrigado
andar na rédea pru qui
pois se foi tudo mudado
da Bahia ao Piauí.

Quando o Bute incontrar
tenho uma idéia mió
munta gente vai gostar
de se fazer um forró
daquele de arripiar
da cabeça ao fiofó.

Vai valer de alegria
pru calor qui aqui se tem
dança Zé dança Maria
cums finado q’inda vem
das zona qui aqui havia
num vai iscapar ninguém.

Quem num quer dançar num dança
pode sentar cum a rabera
nas berada do salão
em cima duma fuguera
num dança tombém num goza
no forro da brincadera.

Sonfona num farta aqui
nem sonfoneiro tombém
o Bute vai se surrir
cum o zabumba qui tem
e o triango a tinir
do forro num sai ninguém.

O sertão vai virar mar
de martelo agalopado
num vai se vê mais preá
nem bicho qui foi criado
só vai se ouvir o forró
e muito cabra danado.

Num vai ter água em cacimba
nem outra coisa qui beba
nem vento qui assim se sinta
nem bença que se conceda
mutipriqui 100 pu 30
somente de labareda.

Ninguém vai mais se ocupar
sem se inganar do qui gosta
mais vai ter qui se amostrar
pra responder a proposta
o Bute vai lhe cobrar
atrepado em suas costa.

Num vai ter mais iscapada
num pricisa de justiça
num tem mais coisa guardada
nem porta de entreliça
vai virar tudo calçada
sem sordado de puliça.

A tá da ecologia
ficou só pra Querubim
fogo de noite e de dia
esse agora é seu fim
quem pegou nessa rudia
quem quiser qui ache ruim.

Pois o inferno mudou-se
Ta vindo todo praqui
Aqui tudim já danou-se
Num pricisa risistir
Por pouco se esconde o doce
Se ele num fez foi cair.

De tudo tenho certeza
das coisa qui digo aqui
num vai valer esperteza
pra isso num existir
se num creu neu cum crareza
é mió você drumir.

Mas num se acorde mais não
se não tudo recumeça
entre no seu caxão
se amarre todo de peça
feche seus ói cum tampão
pra num ver mais a trepeça.

Termino com a sardade
das coisa qui fiz narrar
vou ficar só na vontade
de um dia poder vortá
continuando a verdade
pru mode lhe assombrar.


_________________________
LITERATURA DE CORDEL
Por Marco di Aurélio
João Pessoa – Paraíba – Brasil
Maio de 2001
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui