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Cordel-->APAGÃO -- 20/01/2002 - 12:32 (Marcodiaurélio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




APAGÃO



Recebi hoje em casa
a conta de luz dizia
a cota ultrapassada
perdendo a regalia
de água tomar gelada
de não sair na calçada
muito escuro prometia.

Minha casa era florida
toda iluminada
com esse racionamento
virou-se mal assombrada
só me falta uma intrusa
juntar-me c’uma coruja
não me faltaria mais nada.

Todo esse vai não vai
da chuva que ainda vem
não se chegando em tempo
não vai escapar ninguém
pois o que falta de água
somado com toda magoa
não cabe dentro de um trem.

Não tomo mais vitamina
o liquidificador
come por kilowatt
a banana que amassou
não vejo mais as noticias
é um caso de policia
se foi meu televisor.

Minha casa era vista
do outro lado da rua
colorida iluminada
no matiz que é bem sua
já desaparecida
no escuro escondida
se não for noite de lua.

Se a noite for bem quente
dormir bem não se pode
vou mudar a minha cama
pra perto do pé do pote
primeiro vou bater papo
pois mora lá Sr. Sapo
tou preparando meu mote.

A natureza mudou
mexeu com as mariposas
sem luz falta a alegria
a noite fica insossa
acabou-se a folia
diminuiu a harmonia
esconderam até as moças.

Vai ser bom pr’uma coisa
mesmo correndo o risco
de fazer gente brigar
alguém ficar mais arisco
pois muito tempo haverá
pra muita boca voltar
ao tempo do mau fuxico.

Já se fala no criar
de um grupo bem ditoso
com inscrição já aberta
somente pra mentiroso
pra o escuro ocupar
pronto pra assombrar
com estórias de trancoso.

Parece que já tou vendo
o tamanho que vai ficar
o grupo de mentiroso
que ninguém pode contar
pois ali vai faltar alma
pras estórias de calçada
assombração vai sobrar.

Vai haver alma penada
a procura de um amigo
lhe fazendo uma cobrança
de um favor bem antigo
outra por safadeza
vai botar com frieza
o dedo n’algum umbigo.

O bom de tudo isso
no final dessa razão
é que se tem resultado
positivo do apagão
pois vai se encher calçada
estórias serão contadas
se diminui solidão.

Tomara que o ser humano
aproveite noite escura
abra bem sua vista
fazendo ficar bem pura
de saber qu’inda existe
a essência que persiste
da antiga criatura.

Por aqui vou terminando
agradeço ao amigo
que lendo este Cordel
pode concordar comigo
só não esqueça o desejo
da alma que num lampejo
pode mexer seu umbigo.

________________________
LITERATURA DE CORDEL
Por Marco di Aurélio
João Pessoa – Paraíba – Brasil
Julho de 2001.













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