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Cordel-->O caminhão -- 19/01/2002 - 15:07 (Marcodiaurélio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CAMINHÃO

A melhor coisa que tinha
de se fazer bem contente
era um jogo de bola
mesmo em dia quente
uma buchada de bode
ou água fria de pote
uma larga de aguardente.

Um belo dia formou-se
com alma de jogador
um convite que era
feito por um senhor
dono de um engenho
colocando ao empenho
o time que lá formou.

Juntou-se a macacada
ainda sem o padrão
e nem se tinha chuteiras
e muito menos meião
pra poder se apresentar
bonito noutro lugar
para peleja de então.

Saíram pelo comércio
lançaram livro de ouro
pra arrecadar o dinheiro
o necessário tesouro
o time era sortido
de gente bem colorido
tinha preto e tinha louro.

Tinha um mais afoito
chamado de Besourão
tomou a frente de tudo
parecia o chefão
comprou gelol, isopor
e com cuidado levou
remédio pra contusão.

O dia se aproximava
e tudo já programado
o time fazia treino
sem conhecer gramado
e convidaram Batista
para ser o massagista
pois já era afamado.

Teve quem não gostasse
levar Batista de lado
pr’um lugar tão estranho
antes não visitado
poderia ser um mal
e lá se quebrar o pau
pois Batista era veado.

Não se mudou foi mais nada
bem assim mesmo ficou
se recebeu a encomenda
do terno que se mandou
com o modelo arranjado
todo bem encarnado
o time todo alegrou.

Escolheram essa cor
para poder fazer medo
ao time que provocou
pelo tamanho do enredo
ninguém sabia dos dois
o descobrir do depois
estava ai o segredo.

Como era novidade
jogar no Engenho do Cumbe
a mulherada ficou
meia de azedume
pois a região sabia
que por lá muito havia
muita saia pra ciúme.

Fechou o tempo então
foi briga de todo lado
se encerrou a questão
para quem fosse casado
a única mulher que foi
pra contar tudo depois
a do chofer do caminhão.

E o domingo chegou
um dia tão esperado
o dono do caminhão
com tudo organizado
distribuiu a bancada
pra sentar a macacada
pra isso foi alugado.

Era primeira viagem
feita também por mim
ali ninguém conhecia
da estrada o seu fim
o engenho numa grota
ficava fora de rota
e a estrada era ruim.

Para não se ter trabalho
e o time apresentar
todo mundo foi vestido
com o terno a esnobar
para ninguém perder nada
nenhuma peça roubada
para não preocupar.

Uma coisa era certa
o time já tinha história
ninguém ali duvidava
de uma viagem inglória
o grupo bem preparado
não seria derrotado
com certeza era vitória.

Na casa já combinada
o time se reuniu
foi chegar o caminhão
a macacada subiu
tinha bandeira e cachaça
com tira-gosto de graça
a cambada assim partiu.

Por onde eles passavam
era uma festa danada
naquela carroceria
que não cabia mais nada
numa louca gritaria
da zona urbana saía
sem saber o que esperava.

Quando lá pelas tantas
numa subida que não
passava de uma ladeira
foi parado o caminhão
o motorista sentiu
que o bicho não subiu
lhe aplicou o freio-de-mão.

Metade ali desceu
pro peso diminuir
e todos se alegraram
vendo o carro ali subir
e não chegava na mente
quanto tinha pela frente
ainda pra se seguir.

Nem se houve descansado
quando se viu pela frente
desta vez uma ladeira
uma muito mais valente
agora o time descia
daquela carroceria
já não se estava contente.

Mais em frente a coisa foi
ficando bem mais pior
já não se era o descer
e o goleiro Jiló
já começava emburrar
para não mais empurrar
o caminhão que era um nó.


Ladeira nunca se viu
tanta pra se chegar
num lugar tão sonhado
num jogo pra se jogar
mas o pior não foi nada
se abriu uma chuvarada
pra terra toda molhar.

Por conta do aguaceiro
uma coisa aconteceu
a tinta da vestimenta
o encarnado perdeu
de qualidade safada
a cor se transformava
e o vermelho escorreu.

Eu imagino saber
o que você percebeu
diminuindo o vermelho
a cor que apareceu
foi do jogo o seu mote
um time de rosa-choque
Besourão quase morreu.

O jogo foi um fiasco
só se teve a conquista
vestido naquela cor
dando a maior pista
bando de cabra mole
sem ar pra encher o fole
e o veado era o Batista.

A vitória maior foi
pro Batista o apogeu
atendia a toda hora
jogador do time seu
ninguém sabia porém
que o caminhão foi um trem
que o time enfraqueceu.

Quando tudo terminou
um rompante de emoção
se fez ouvir pelo ar
era o amigo Besourão
descobrindo tudo pois :
PARA QUE DANADO FOI,
QUE TROUXERAM O CAMINHÃO ?

_______________________________
LITERATURA DE CORDEL
Por Marco di Aurélio
João Pessoa – Paraíba - Brasil
Maio de 2001
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