Sete estrofes em cordel,
Escritas só em setilha,
São sete abelhas no mel,
Na samora da família,
Da qual sai raínha em véu
Para amargar o fel,
Que se divide em partilha.
Homem nenhum é uma ilha,
Mas sozinho beija o chão
No seu trabalho e não pilha
A riqueza do patrão
E, cercado por matilha,
Dispara e corre uma milha
Em busca de salvação.
Minha fé não foi em vão
Desde quando eu nasci,
Eu não creio em zangão,
Pois Deus zangado não vi,
Porém por eu ser cristão,
Dentro de meu coração
Sete flechas eu senti.
Sete mulheres eu vi
Presas em um só casulo,
Brigando por um Saci,
Violadas por um Maculo;
Lutei por elas, venci,
Sete lutas não perdi,
Mas lá outra vez não bulo.
Quem profere termo chulo,
Quando levanta o topete,
Seu mérito será nulo,
No espelho que reflete
A sua cara de mulo,
Sempre erra o seu pulo
Se com o gato se mete.
Nesta terra se repete
Tudo aquilo que emperra,
Mas um dia se derrete,
Foge, ou então se ferra;
Quem não merece confete,
Come vidro ou gilete
E como o cabrito berra.
Este cordel se encerra
Para os bravos e os calmos,
Tão somente Deus não erra
E a ELE cantamos salmos,
Porém o herói da guerra,
Foi sepultado na terra
Debaixo de sete palmos.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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