Usina de Letras
Usina de Letras
43 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63156 )
Cartas ( 21349)
Contos (13300)
Cordel (10357)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10656)
Erótico (13589)
Frases (51642)
Humor (20169)
Infantil (5587)
Infanto Juvenil (4930)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141277)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6347)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->LENDA DO SACI-PERERÊ -- 07/04/2009 - 19:04 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LENDA DO SACI-PERERÊ

“Saci-Pererê duma perna só
Pitou no cachimbo da minha vó.”

Conta-se que no sertão,
Em noite de ventania,
Arrebentou-se um bambu
E dum seu gomo saía
Um molequinho pelado,
Negrinho e endiabrado,
Era o Saci que nascia.

Pulando numa só perna
Com o cachimbo na boca,
Seu negrume realçava
O vermelho de sua touca;
Montava em pêlo cavalos,
Saltando cercas e valos,
Numa correria louca.

Fazia trança nas crinas
E emaranhava os rabos,
Seu assobio nos campos,
Deixava os animais brabos;
Adentrando-se nas casas,
Do fogão espalhava brasas,
Assim aprontava os diabos.

O fogo ele assoprava
Faiscando num clarão,
Esturricava o arroz
E queimava o feijão;
A criançada fugia,
Quando ele ao vento fazia
Redemoinhos no chão.

Quem sobre o redemoinho
Lançasse uma peneira
De taquara trançada
Com uma cruz na esteira,
Prenderia o peraltinha,
Mas coragem ninguém tinha
Para agir dessa maneira.

Rezou-se aí uma novena
E o povo pediu urgente
Socorro a São Benedito,
Que atendeu prontamente;
Foi e achou o Saci rindo,
No sertão se divertindo
Às custas da pobre gente.

Censurou o santo em vão
O bagunceiro perneta
Para não fazer mais artes,
Porquanto ele fez careta
E, para maior espanto,
Zombou ainda do santo,
Dando uma pirueta.

O santo não perdoou
Tamanha desfaçatez,
Agarrando o Saci,
Vejam só o que ele fez:
Pendurou-o pela perna
Na entrada da caverna
E lá o deixou de vez.

Da estrada o transeunte
Escuta a voz do Saci,
Conforme o sertanejo,
De quem o caso eu ouvi,
Um dia, no meu passado,
Deixando-me assustado
Tanto que não esqueci.

Alguém que vai até lá
Na certa ouve o grito
Do Saci dependurado,
Que pede socorro aflito,
Bradando: - Ei, você aí,
Por favor, traga-me aqui
Meu amigo Benedito!

BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benegcosta@yahoo.com.br
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui