NORDESTE brasileiro
tem um clima seco e quente,
e nos anos de ENCHENTE,
vê-se descendo balseiro
por força do aguaceiro
das águas torrenciais,
em rios, mananciais...
escoando toda hora.
SERTANEJO ri e chora
quando o INVERNO é demais.
RI porque tem a fartura
da plantação com riqueza,
e CHORA pela tristeza
de perdas na agricultura,
mas recupera a cultura
quando as águas baixam mais,
colhe novos cereais
e se retoma a melhora.
SERTANEJO ri e chora
quando o INVERNO é demais.
Vê as perdas do plantio
de milho, arroz e feijão,
fava, batata, algodão...
em todas margens de rio,
de vazante e de baixio,
e de vales principais,
com danos materiais
que a grande ENCHENTE devora.
SERTANEJO ri e chora
quando o INVERNO é demais.
De verão a primavera
no ano que há ENCHENTE,
a força d’água corrente
deixa aterro e faz cratera,
e o homem se desespera
pelos estragos gerais,
mas dentro do peito traz
apreço ao lugar que mora.
SERTANEJO ri e chora
quando o INVERNO é demais.
Vê-se a torre no nascente
com relâmpago e trovão
seguindo na direção
do norte, sul e poente,
cai a CHUVA, dá ENCHENTE
em níveis fenomenais,
nunca visto outros iguais,
pois a história ignora.
SERTANEJO ri e chora
quando o INVERNO é demais.
O sertão mostra beleza
quando a CHUVA cai no chão,
aumentando a produção,
a fartura e a riqueza,
por força da natureza
nas ações fundamentais
sob os reinos terreais,
abrangendo fauna e flora.
SERTANEJO ri e chora
quando o INVERNO é demais.