Usina de Letras
Usina de Letras
40 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63156 )
Cartas ( 21349)
Contos (13300)
Cordel (10357)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10656)
Erótico (13589)
Frases (51642)
Humor (20169)
Infantil (5587)
Infanto Juvenil (4930)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141277)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6347)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->O PADRE DE PELOTAS -- 01/07/2007 - 08:29 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O PADRE DE PELOTAS

*(Teixeirinha ouvindo esta, ficaria muito macho)

Lá no Rio Grande do Sul
Os machos andam de botas,
De bombachas e esporas,
Cruzando pampas e grotas
Com chapéus de abas largas,
Veneram Getúlio Vargas
E não gostam de lorotas.

Na cidade de Pelotas,
Que é bastante famosa
Em todo o Brasil afora,
Por ter a mulher dengosa
E o homem mais valente,
Houve um caso indecente,
De lá nos veio esta prosa.

Batina da cor de rosa
O vigário da cidade
Gostava muito de usar
E se sentia à vontade
Entre crianças e velhos,
Pregando quatro evangelhos
Com amor e humildade.

Eu não sei se é verdade,
Acho esquisito demais,
Enquanto alguns duvidam,
Confirmam os outros mais;
Devotos de coração
Dizem que é difamação,
Porém saiu nos jornais.

Crescia cada vez mais
Do vigário a barriga,
As mulheres cochichando,
Os homens fazendo intriga:
Já que o padre bebe a dose,
Talvez seja uma cirrose
Ou até mesmo lombriga.

Houve inclusive uma briga
Que acabou muito mal
Entre a torcida do Grêmio
E a do Internacional;
Foi esse mais um torneio,
A Brigada entrou no meio
Naquele grande Grenal.

Internou-se no hospital
O doente padre sisudo,
Médicos e residentes
Examinaram de tudo,
Nenhuma causa achando,
Foram logo anestesiando
O Mom Senhor barrigudo.

Na operação, contudo,
O problema foi sanado;
Cirurgia exploratória,
Líquido e sangue drenado,
Quiçá por algum estresse,
Ou por rezar muita prece
Fora o padre embarrigado.

Pós ter sido operado,
O barrigão do vigário
Voltou ao seu natural
Tal como um relicário,
Só que ainda anestesiado
Com um bebê foi premiado,
Idéia dum estagiário.

O estudante salafrário
Teve inspiração brilhante,
Aproveitando da sorte
Que vem no melhor instante,
Para o padre um filho deu
Da solteira que morreu
Ao dar a luz seu infante.

O padre ficou radiante,
Até chorou de euforia,
Um pouco ainda confuso,
Voltando da anestesia,
Ele abraçou a criança,
Jurando em sua bonança
Que no amor a educaria.

Viveu com muita alegria
O restante de sua vida
E o seu filho adotivo
Teve estudo e guarida;
Com vinte anos de idade
Foi para a universidade,
Mais uma estrela caída.

Carente da mãe querida
Sem ter dela beijo e abraço,
Nem por isso aquele jovem
Deixou de dar o seu passo;
Tinha o padre como pai,
Quem caminha longe vai
Com a vontade de aço.

"Meu pai fez e eu desfaço
Traição tamanha assim,
Seduziu minha mãezinha
Que deu a vida por mim!"
Enquanto ele assim pensava
O padre que velho estava
Foi antevendo seu fim.

Chamando o moço, enfim,
Desse modo foi dizendo:
- Vou lhe contar a verdade
Se é que não está sabendo;
Disse o jovem: - Ai, ai ,ai,
Sei que o senhor é meu pai,
Não me fique aborrecendo!

Disse o padre: - Estou morrendo,
Sou eu já um moribundo,
Mass saiba que se engana,
Se não me ouvir um segundo:
Sou sua mãe, na realidade,
Seu pai é a Santidade,
O Bispo de Passo Fundo.

BENEDITO GENEROS O DA COSTA
benegcosta@yahoo.com.br.
DIREITOS AUTORALIS RESERVADOS











Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui