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Contos-->ESQUECER NUNCA, PERDOAR JAMAIS 17 -- 06/08/2003 - 17:01 (ADÃO JORGE DOS SANTOS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESQUECER NUNCA, PERDOAR JAMAIS.17

Despertei assustado com o barulho que vinha da
rua. Aqui na COHAB é assim. Ninguém respeita
nada, parece que por morar aqui , as pessoas,
a grande maioria de negros, devem tornar o
lugar insuportável a vida. São quase três da
madrugada e um pagode acontece na rua como se
fosse um fim de semana. Na casa ao lado uma
mulher grita de tão bêbada. O consumo de maconha é livre entre os moradores e os consumidores que consomem a drogas com seus carrões último tipo. Há pessoas que querem trabalhar e tentar sobreviver mais um dia, mas não conseguem, porque um grupo pequeno de pessoas ditam as regras por aqui. Assim é nas favelas, modernas zenzalas, redutos da pobreza. Até quando estas pessoas vão continuar fazendo as coisas do seu modo? Depois das dez da noite a policia não entra, nem ambulância, ou qualquer veiculo estranho. A droga domina o mundo. E quem é que domina isto tudo? Será o pessoal das COHABS ou gang do morro? Mas isto é uma conversa que não leva a nada. A população consome e não se importa com a contribuição que fazem para o crime. Eu tentei falar com os meus amigos sobre o assunto, eles disseram que a sociedade não lhes daria a metade do que ganham num dia, e que o estudo, para eles, negros, não valia para nada. Que não deixariam de ser negros, com grana ou não, doutores ou não. Tem razão quando dizem que não fará diferença a condição social. Tudo começou no dia em que o Papa Nicolau V DECRETOU QUE OS NEGROS PODERIAM SER ESCRAVIZADOS POR NÃO PROFESSAREM A FÉ CRISTA. Portanto, a partir daí, a raça negra deixou de ser gente para se tornar um bem, que o dono poderia vender, trocar ou dar o fim que quisesse. Estes pensamentos me assombram e perturbam. Tudo agora faz sentido para mim. Os sonhos que não eram sonhos, o sofrimento que senti, o mesmo que os negros sentiram e ainda sentem e continuarão a sentir se nada for feito por eles mesmos. Lutar não mais resolve. Isto foi eficiente em outra época, não mais agora. Agora devemos olhar em volta e ver se devemos continuar assim. As ruas, os presídios, as fabricas, os cemitérios continuarão a ser o lugar dos negros. Poucos conseguem atingir o topo, e quando conseguem, não estão preparados para ocupar o seu merecido lugar na sociedade. Somos diferentes, devemos colocar nossa auto- estima em alta, porque todo o mal que nos causaram, não há perdão que nos faça esquecer, não mesmo.
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