Maria quis vestir-se, embora temporariamente de nuances libertárias. Fantasias da ilusão; ânsia de tudo ser, para ser amada.
Viu que não adiantava mudança só por fora, superficial, na esteira das outras Marias, modernas e liberadas.
Ela tinha que ser ela mesma, agradasse ou desagradasse.
Volta a ser o que era antes. Lírica, incompreendida e solitária.
Sobrevivente de um naufrágio. Procurou endurecer o sentimento para não auto-alimentar aquela paixão...
Infeliz nas tentativas, momentâneas excentricidades.
Sonhos tardios. Coração foi ficando desfalcado, só na miragem das aladas fantasias.
Maria: tudo para ela estava bem e nada prestava. Porque sofria por dentro; na realidade: por não ser, por quem queria ser, Amada.
