Escrevo para me despedir; eu estou perdendo noites de sono por demais preciosas. Noites de sono que me poderiam trazer sonhos incrivelmente deliciosos. Sonhos que teriam como cenário qualquer lugar, menos aqui onde estou. A realidade é pior que qualquer pesadelo. Por isso vou abandonar esse meu diário . Só por isso? Não, não é só por isso. Quero guardar as folhas que me restam desse velho caderno para escrever cartas de amor a uma mulher que eu nunca conheci e nunca amei. Não quero ser um escravo do Destino; não quero ser um prisioneiro do Tempo; e acima de tudo, não quero que tristeza que tanto machuca e faz sangrar, manche as lembranças que eu tenho da vida. Adeus.