Três capítulos perdidos! Do quê adiantaria eu perder minhas horas de sono, escrevendo no escuro, em silêncio, se nada disso valesse a pena. Do que resolveria se este meu diário fosse achado se quem o encontrasse não soubesse quem o escreveu. Não, isso não. Meu nome é Gregório de Augusto Campos; acho que tenho quarenta e cinco anos. Por algum tempo fui professor de inglês numa escola particular do Rio de Janeiro. Casado. sem filhos. Tudo ia bem até que descobri que minha mulher tinha um caso. Eu conhecia o sujeito, mas matei só minha esposa. Por eu ter usado de requintes de crueldade realmente cruéis e por poder pagar um bom advogado, fui considerado "fora de minhas faculdades mentais" e consegui vir para esse manicômio judiciário depois de condenado pelas leis dos homens. Enfim, é isso.