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Contos-->Córrego das Lágrimas -- 25/02/2003 - 11:28 (Rosane Volpatto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CÓRREGO DAS LÁGRIMAS -( Lenda Gaúcha)

Nos tempos em que os brancos não haviam ainda penetrado até o Rio Grande do Sul, houve, ali, uma contenda amorosa que ficou na recordação dos silvícolas, chegando até nossos dias sob a forma de uma encantadora lenda.
Conta-se que um belo cacique, em pleno apogeu da mocidade, foi alvo de grande amor, por parte de duas índias. Totalmente indeciso na escolha, não sabendo qual das duas tomar como esposa, ficou dias a pensar, sem saber como resolver a questão.
Ambas eram imensamente belas e da mesma forma o amavam. Como escolher?
Certa manhã, mal descerrava os olhos e uma idéia luminosa surgiu em sua mente. Faria uma competição. Aquela que melhor manejasse o arco e a flecha e conseguisse atingir o alvo no maior número de vezes com precisão, tornar-se-ia merecedora do desejado prêmio: SEU AMOR.
As índias apaixonadas recebendo o aviso de sua resolução, imediatamente se prontificaram a iniciar a disputa. O cacique desejado muito belo e forte, era o grande incentivo.
Obirici, a mais ardente das duas índias, ficou muito nervosa, com medo de perder a competição e ficar sem o amor da sua vida, não teve a mesma destreza da outra. Errou o alvo. Foi portanto, vencida e viu-se obrigada a deixar que a vitoriosa levasse para longe o jovem cacique. Ficou só no local onde ocorreu a contenda, a olhar o par abraçado e feliz que se distanciava.
Sufocando soluços, amargurando-se, não teve ânimo de abandonar aquele pedaço de terra, onde ocorrera sua desventura. Abatida e tristonha, quedou-se a chorar. Suas lágrimas correram dia e noite sem interrupção. A terra ressecada que as recebia, foi se encharcando aos poucos, até se abrir um pequeno sulco, por onde deslizaram mansamente, formando um riacho.
Decorridos alguns dias, Deus Tupã, apiedando-se da pobre índia, veio buscá-la. As águas de suas lágrimas, porém continuaram a rolar, muito pura e transparentes, marcando para sempre na terra dos pampas, a angústia infinita de sua dor.
É o Ibicuiretã, esse córrego de lágrimas, que ainda corre, cujas águas, às vezes, lembram ainda os soluços da triste índia Obirici.

Rosane Volpatto


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