Barateado pela não inclusão das abreviações (vg ou pt) que substituem a pontuação, um telegrama lhe trouxera o anúncio de que era hora de partir em defesa da pátria:
__________________________
IRÁS VOLTARÁS NÃO MORRERÁS
__________________________
Sua leitura pontuava a frase de acordo com um seu profundo e ardente desejo, imprimindo à frase uma força afirmativa que o ajudava a crer num certo destino heróico, na assegurada continuidade de sua humana aventura pessoal, seus desdobramentos para muito além do cenário das batalhas:
_____________________________
IRÁS, VOLTARÁS, NÃO MORRERÁS.
_____________________________
Mas ele próprio já poderia ter sabido com certeza que o final dessa história haveria de ser trágico. De resto, como trágicos sempre foram e haverão de ser tantos destinos nessas circunstâncias. Isso, se levasse em conta a lei fatal das probabilidades. Mas, como admitir que, entre outras, a frase já trazia embutida uma interpretação final, que, em nome da humana ilusão do heroísmo e da imortalidade, ele terminantemente rechaçara:
______________________________
IRÁS. VOLTARÁS? NÃO! MORRERÁS!
______________________________
[Depois de ler o artigo do Prof. Paschoale Cipro Neto, na Folha de São Paulo do dia 05/12/2002.] |