“ Fidelidade e amor são duas coisas diferentes…”
( D.H. Lawrence )
I
Amor
Aquí venho honestamente explicar meus pecados e em toda nossa intimidade pedir-lhe perdão.
Essas culpas carregadas pesa em nosso peito e a distância em nossa cumplicidade desviará nossas razões.
Intenção de estarmos juntos e acreditar que o amor seja algo mais forte que uma paixão.
Tantas palavras rasgadas, cortadas ao meio, incompreendidas…
Se meu corpo foi portal para tantas outras aventuras é porque absorvi ensinamentos e quebrei rotinas. Não quero julgar e permitir retaliações. Não quero mais esse sentimento de que prazer e erro são compromissos e regras estabelecidas, impostas com tanta punidade.
Sinto-me cansada e em suas mãos quero eu deitar. Sonhar com tranquilidade, existir verdadeiramente.
Amor
Qual resultado? Somos tantas obrigações! Estou querendo fechar meus olhos e entender, ficar pronta para tanta alegria.
E se diante de várias perguntas sinto-me impotente, insípida e muitas vezes evasiva, é porque estou querendo compreender…
II
Quero começar outro rascunho. Quero dizer que não venho pedir-lhe perdão, pois perdão é catolicismo. Esse sentimento de culpa como se sobre nossa cabeça existisse um livro de imposições; todos os dias novas páginas corroendo nosso cérebro.
Sim. Seduzi e fui seduzida. Talvez com malícia, talvez com inocência, o prazer de um outro suor sobre meu corpo. Não pensei e não penso que o erro foi dizer SIM.
III
Fecho a porta do quarto com a inteção de esquecer as horas mal dormidas. Na sala fico como uma sombra perdida em noites vazias. Configuro sua presença. Amo-o, ama-o, e o resto é insignificante.
Assim, para deixar-lhe consciente de que o quero: escrevo esses rascunhos. Minha palestra. Meu tema. Minha traição. Meu riso. Minha liberdade.
Seu corpo contra o meu, precionando, banhando-me em suas águas, afogando-me…aceitando que o amor é mais forte que qualquer fidelidade…