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Contos-->O Silêncio de um Amor -- 21/06/2002 - 20:59 (Fernanda Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Silêncio de um Amor

Contornou os lábios provando-os, como se buscasse um vestígio qualquer das palavras tantas vezes pronunciadas. Apenas o silêncio encontrou...uma ausência dolorida de sons, tal qual uma estrada que aguarda passos que jamais virão. Os olhos, mesmo pousados sobre a paisagem do real, ainda insistiam em vaguear pelos caminhos de outrora. Parecia-lhe agora distante aquele sentimento, jamais vivenciado. Engoliu em seco, a sensação que lhe enchia as mãos de vazios.
Tentou distrair a saudade que parecia desejá-la como companhia. O cair da tarde findava por lhe trazer as lembranças que tanta evitava. Cerrou os olhos, querendo desprender-se das imagens que lhe visitava todos os sentidos. Inútil procurar desvencilhar-se, do que respira e alimenta-se em si. Acariciou o rosto...sentiu as mãos arderem. Parecia o tempo indiferente as digitais dos carinhos que ainda agora lhe suscitavam suspiros. Cada parte do seu corpo, respondia à saudade que a deixava sempre a mercê, do que se fez sonho e amarga fantasia. Deixou os olhares percorrerem os corredores da memória. Um sorriso beijou-lhe a boca, enquanto encostava o rosto à solidão do lembrar. Muitas vezes, já havia se prometido não mais permitir que ninguém invadisse-lhe os pensamentos ou lhe tirasse a quietude. Mas com o amor não existe hora combinada, pedido de licença, juramento ou ameaça de despejo. Ele possui passaporte e transita viandante em todos os estados do corpo, da alma, deixando pegadas, fotografando sensações, emudecimentos, arrepios e tremores.
Tentou ignorar a sede que lhe umedecia o corpo. Havia um gosto de beijo acordando-lhe os lábios e abraços a rondar o leito dos seus braços. Ouvia o som de uma carícia, como a buscar o colo de suas mãos. Seus olhos despiram uma lágrima, enquanto tratava de cobrir a emoção com o sono. Dobrou todas as palavras que desejavam ser confissão. No colchão do silêncio deitou o amor, já amarrotado por tanta espera...pelas mãos da noite, viu ser desenhada a penumbra da sua solidão.

© Fernanda Guimarães
Em 21.06.02


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