-Meu caro, não há mais como nem por onde.
-Vamos pensar. Talvez, haja uma solução.
-Não adianta. Esgotaram-se todas as formas de fuga.
-Tentar uma companheira, por exemplo?
-Não. Os sentimentais, que, aliás, nunca amaram, não me permitem.
-Isolar-se de tudo, então?
-Justo eu, um viciado em tecnologia?!
-O suicídio?
-Sou covarde.
-A indiferença, quem sabe?
-Não consigo dar atenção a esse tipo de coisa.
-Tente agir como qualquer um!!
-Nessa posição, eu teria nojo de mim mesmo.
-E se você ficasse milionário?
-Não concebo regimes econômicos e políticos. Todos são porcos!!
-Sinto muito, mas você não tem mais condições de sobreviver.
-Meu caro, a verdade é que eu tenho nojo de todos esses sistemas desequilibrados. De toda essa gente obcecada. Desse cãozinho, aí, na sua frente, abanado a cauda para ganhar um osso.
-Você nasceu no meio de determinadas regras. Não adianta se enojar, porque o cozido já foi cru e será podre.
-Não há, nem haverá fim.
-Se nem houve começo…