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Contos-->My Girl -- 12/02/2002 - 17:40 (Gabriel Valmont) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Você pode até ser considerada criança para os outros, querida. Para mim.. Você é a razão. Você não é nada mais do que minha felicidade, querida.
E como eu já sabia, felicidade dura pouco.
Mas são pouquíssimos momentos lindos, de amor, de paixão... de sorriso, de choro.
E você aqui ao meu lado, dormindo nesta cama, e eu sei que será a última noite.
Sua respiração.
Sua linda face quando dorme. Dormindo posso te confessar todo o meu desejo, querida.
Quer um cigarro? Ha, sei que não aceita um cigarro pois você não fuma. Foi assim que nos conhecemos.
Você na piscina, com seu lindo corpo todo molhado brincando com suas outras amigas. E eu ao longe a focalizo, sendo a primeira vez que te vi. Tão bela. Seu sorriso feliz, seu olhar de moça, seus gestos suaves como numa dança. E nossos olhos se encontram. Sinto um frio na barriga. E você sorri, aquele belo sorriso envergonhado.
Me levanto e incrivelmente vou ao seu encontro. Era fantástico, eu, um homem tão velho, tão vivido, ir de encontro com uma garota tão nova como você.
É fantástico como mesmo assim você não se importou. Como você também gostou de mim, querida.
E sem tirar meus olhos de cima de você eu me aproximo. Você sai da piscina e me encontra, olhos nos olhos. O que suas amigas estariam pensando? Foi pensando nisso que repentinamente você pulou dentro da água, o que me deixou desiludido e me fez ir embora.

Tolo eu que pensei que nunca mais fosse lhe ver. Mas quando estava saindo, ouvi sua doce voz.
- Já vai? Fica.
Você fingiu que não era comigo, fingiu tão bem que se não fosse pelo meu desejo eu teria ido embora. E teria desperdiçado um grande momento.
- Vou. - disse. Você olhou para mim triste. - Mas quero que você venha comigo.
E como se tivesse oferecido um doce à uma criança, você ainda de biquini, pegou sua roupa e veio até mim.
Meus amigos lhe chamariam de safada. "Tão nova, e tão ousada". Eles não entendem.
Entramos no carro e sem falar nada fomos até a saída do clube.
- Qual o seu nome? - perguntei querendo relaxar a situação.
- Taís.
- Prazer, Taís, o meu é Pablo.
- Não vamos nos cumprimentar?
Parei o carro, pois a minha excitação naquele momento não me permitia deixar dirigir. Olhei para você e vi mais uma vez aquele sorriso. E sem mais uma palavra, eu te segurei, te puxei para os meus braços e te acolhi como um pai acolhe um filho. Te beijei loucamente, assim como você também me beijou loucamente.
E era isso, estávamos nos amando.
Te levei até minha casa, e fizemos amor, fizemos amor juntos na minha cama.
- Quer fumar? - perguntei.
- Não... não fumo.
Te deixei novamente no clube e fui embora, mas com seu telefone. E quando cheguei em casa, querida, eu deitei na cama e cheirei cada cemtímetro do cobertor que cobria seu belo corpo. E senti sua essência de criança. E pude relembrar cada momento de prazer que tive com você ali.

Tivemos sim outros encontros, mais refinados.
Você dava a desculpa aos seus pais que iria dormir na casa da sua colega e saia comigo. Um jantar, ótima comida, em um ótimo restaurante, mas o momento mais ótimo era aqui em casa. Lugar que eu tirava sua roupa, que te beijava, que te amava. Lugar o qual você saia correndo por todos os cômodos espalhando todo o seu cheiro, só para eu sentir sua falta quando você fôsse embora.
Taís, eu chorei no banheiro por você. Quando você não estava, eu me masturbava por você. Eu sentia muita a sua falta. Teve semanas que você não atendia os meus telefonemas, semanas que eu não fui ao trabalho pois estava doente, por sua causa.
Você brincou comigo, Taís. E nesses momentos eu tinha ódio de você. Eu tinha tanta raiva, que já jurei te matar, Taís. Mas quando eu via aquele seu lindo sorriso, e olhava no fundo dos seus olhos eu me rendia.
Oh Deus, como sou vulnerável! Como sou tolo!
Você matava aula para ir até minha casa, e lá eu fazia amor com você, eu sentia e via sua face suada, sentindo prazer comigo. Gemendo a cada movimento que eu fazia. Sorrindo, chorando comigo depois de um intenso orgasmo.
Você fugia do colégio e ia com mais uma amiga, e me deixava louco pois sabia que com uma amiga por perto eu não poderia me apresentar como seu amante, mas sim como seu professor de banca.
Você me deixava puto nesses momentos, mas seu cheiro na cama, e sua voz fazia essa raiva ir embora, ir para longe.
E quando dizia:
- Tenho que ir.
Já me deixava com saudades.
Ah, Taís, você não sabe o quanto eu te amo, e o quanto eu sou louco por ti, querida. Você não sabe o que você consegue fazer comigo.
E hoje, nesse nosso encontro você vem dizer que não quer mais me ver. Hoje, você me diz que não mais me ama, que todo aquele sonho acabou.
Que você ama outro.
Eu te amo.
E você ama outro. Da mesma idade que a minha, outro pai que pode te abraçar carinhosamente, que pode te beijar docemente, que pode sentir seu cheiro e correr louco de saudades, que pode ver seu sorriso, seu olhar e se sentir completamente vulnerável. Que pode ser seu.
E você dormindo, aí, não me escuta, eu sei. Por isso eu digo isso, querida. E esse pode ser o nosso último encontro, pois amanhã você estará nos braços de outro.
E lhe confesso, Taís, tudo isso... pois um dia eu amei você. Pois não consigo confessar tais coisas com você olhando... pois se você sorrir... se você me olhar lá na minha alma, eu irei desistir e irei chorar ao seu lado, querida.
E quando você bater a porta...
Sentirei saudade.
E chorarei por ti.
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