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Contos-->Amor Entre Dias -- 12/02/2002 - 11:26 (won taylor) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Prefacio








Um acidente unindo duas vidas que caminhavam pôr estradas diferentes e que o destino trouxe para uma realidade assustadora e inesperada.
Agora nada mais restava senão fugir do medo de ser amado e lutar para se manter presente na vida um do outro...









Capitulo 1

Um som seco e forte ou talvez o instante de silêncio que se desencadeou depois daquele estrondo fez estremecer o corpo já quase desfalecido de Clarisse que sem saber exatamente o que aconteceu permanecia quieta e misteriosa. Apesar de saber que houve uma batida violenta contra o seu carro e que as pessoas estavam todas aglomeradas tentando dizer lhe alguma coisa através da janela do carro e inclinando-se para frente, Clarisse fazia sinal de estar tudo bem, mas sem sair de dentro do carro. Mas o carro estava em chamas e podia explodir ou simplesmente se incendiar por completo.
Ao passar do tempo ia juntando uma multidão de curiosos e alguns carros de policia, porém, Clarisse insistia em permanecer quieta quase imóvel como se estivesse em segurança total depois daquele acidente terrível.
Por insistência de um homem que parecia aflito em compaixão com aquele drama que ele presenciará desde o inicio, ela baixou o vidro e limitou-se a dizer que estava bem. Mas que sua perna estava presa e não conseguia sair dali. O homem entrou no carro e disse que só sairia se ela saísse do carro também.


__ O que o senhor disse? Por favor, saia daqui! O carro está pegando fogo...
__ Por favor, vou tira-la do carro… E só sairei depois que você estiver salva... Quando eu levantar o seu pé esquerdo, tente puxa-lo, está bem? Assim... isso mesmo... vai puxando levemente.. assim ... pronto! Agora vamos sair daqui imediatamente! Vou leva-la a um hospital…Você está sangrando na testa… Você consegue mexer as pernas?
__ Agora sim...
__ Então, levante a perna esquerda e depois a direita... vou por a minha mão por baixo de você e depois tente sentar nos meus braços para que eu a levante...


Mas ela nem sequer havia notado um filete de sangue escorrer quase tocando em sua boca e em seus longos cabelos loiros havia cacos de vidros.








O mesmo homem abriu a porta do carro e pegou-a no colo e com muita força retirou-a de dentro do carro e a conduziu até o seu carro e colocou-a no banco traseiro e se direcionou até os policias, para avisa-lo que a levaria até o hospital mais próximo.
O dono do outro carro que cometerá o erro, estava bem e ficou com os policias para resolver a situação.




__ Você está bem?
__ Sim! Apenas desorientada…
__ Como se chama e onde mora?
__ Chamo-me Clarisse Viera da Conceição e moro em Tides, RJ. Tenho 26 anos e estamos em junho de 1998 e sou assistente social. Estou bem, doutor…….?
__ Desculpe-me não sou medico… chamo-me Orlando e sou carpinteiro. Agora nós vamos direto ao hospital...








Capitulo 2

__ Mas... antes eu preciso passar num lugar para resolver um problema...
__ Nada pode ser mais importante do que a sua vida. Depois que você fizer alguns exames e for liberada, eu mesmo a levo até esse lugar ou onde você quiser ir.
__ Obrigada! Mas, isso terei que enfrentar sozinha.
__ você estava indo depressa demais, apesar do outro motorista ter causado o acidente. É algo tão urgente assim?
__ Sim, é algo que está me machucando mais do que esses cortes.



Clarisse parecia estar perdida com seu olhar distante e fechado, parecia estar entre as ruas e o pedaço do céu que aparecia naquele dia nublado.



__ No que está pensando?
__ Em nada em particular. Pensava nos teus traços, você poderia ser um atleta com esses teus músculos e traços firmes…


__ E você poderia ser modelo de capa de revista…Teu rosto tem a perfeição de traços…
__ Parece que estamos na profissão errada, se admitirmos que estamos desgostosos em nossas verdadeira profissões, estamos?
__ Não, acho que não…


Clarisse não poderia pensar que uma atração entre eles pudesse acontecer quando o fato era saber a gravidade de seus ferimentos, mas seus olhos entreolhavam a figura daquele homem que a socorria com a exatidão de uma vitima, que acabará de ser ferida pelo cupido e não de uma vitima de colisão.



Na volta do hospital depois dos médicos examina-la e radiografa-la quase toda, Clarisse parecia alegre e feliz.



__ Você está bem?
__ Minha nossa! Você parece a minha mãe! Depois de todos os exames feito, você acha que não estou bem, Dr Orlando?

__ Sim você está ótima e teu humor também...

As lembranças do desastre eram vagas, mas estavam lá grudadas na mente e Clarisse se incomodava em estar pensando naquele homem que surgirá do nada disposto a ajuda-la. Talvez por nunca ter recebido tanta atenção de alguém, apesar de estar toda machucada e dolorida, ela não se importava com esse aspecto e sim com os olhos castanhos e cabelos em desalinhado e com aquelas mãos que lhe tocaram tão suaves em suas pernas.
Ela sabia que aquele momento era de profunda gratidão e que ele só estava exprimindo uma solidariedade humana mais nada. Mas o que ele não sabia era que aquela mulher talvez nunca tivesse perto atenção em excesso.


__ Melhorou? – Quis saber Orlando.
__ Claro que sim! Não se preocupe... depois de resolver esses problemas, que tal tomarmos um café? Já é quase cinco da tarde e estou ficando confusa...
__ Se você estiver bem e me parece estar, tudo bem. Mas lhe aviso que sou muito rigoroso e que após o café vou querer a sua companhia para o jantar, o que me diz?
__ Não posso aceitar a tua proposta! Hoje, tenho que terminar um relacionamento de 2 anos e meio.
__ Você ainda o ama?
Sabe, depois do primeiro ano, passei a ver essa relação com outros olhos e venho tentando conserta-la. Mas, nada será como antes e não adianta querer continuara assim. Falta algo que nós deixamos de ter um dia e acho que já não o amo mais, pois senão eu não teria cansado de tentar, não?
__ Sinto muito que você não tenha conseguido, afinal sentir amor é muito bom, mas não ser amado é a pior coisa na vida de uma pessoa.
Então lhe deixo em tua casa para que tome um banho e descanse um pouco e volto amanha às seis e meia. Quero lhe encontrar mais linda e vibrante do que está no momento.

Para Clarisse, esse era o encanto que ela necessitava para sentir-se amada e viva novamente. Após desastrosos romances, talvez esse poderia nascer depois de um desastre real. Exatamente esse inesperado acontecimento poderia render-lhe algo maravilhoso, afinal a bonança está presente após a tempestade e ela estava tempo demais numa solidão sem fim.



Capitulo 3

Sem demonstrar mais do que a ocasião dava chance, ambos notaram o despertar de uma emoção diferente, já não era herói e vitima, mas sim um homem e uma mulher, se olhando e se admirando. Um acidente quase terrível se transformara num inicio agradável para ambos e o convite para jantar aumentou o prazer de estar presente além dos aborrecimentos que a colisão causara.



Parada de frente ao enorme portão de madeira, Clarisse ainda tentava ser forte, para levar adiante a sua decisão. Ali estava a casa do homem que ele chegou a amar e que só lhe causou estragos com falta de atenção e descuidos por imaturidade.




__ Oi, Nelson! Como eu lhe falei no telefone, eu estou bem e tudo não passou de um susto.
__ O que você quer me falar de tão importante ao ponto de vir para cá? Eu podia ter ido a sua casa e lhe fazer companhia... vamos entrar um pouco para que você possa sentar-se...





__Espere! Deixe-me falar! Vou tentar ser clara e honesta. Estive pensando sobre nós e não vejo nenhum motivo para continuarmos juntos...
__ Pensei que estivéssemos bem!
__ Acho que nunca estivemos realmente bem. Na verdade, acho que deixamos de tentar quando tudo que podia acontecer para nós dois era só a felicidade. Estávamos juntos e vivíamos tão felizes nos primeiros meses e agora dizer que acabamos é a última coisa em que eu gostaria de acreditar ou dizer. Ainda tenho essa dor para carregar no peito e parece que vai continuar aqui dentro por mais tempo.
__ então por que tem que ser assim?
__ Porque estamos muito distantes! Não sei aonde foi parar tudo o que nos uniu. Mas, agora todas as palavras não ditas voltam a me atormentar e parece que estamos perdidos novamente. Pelo menos no meu coração que agora vive em silêncio e agonia.
__ Não sabia que eu havia lhe machucado tanto! Sinto muito! Por favor não se afaste agora, deixe me reparar os meus erros...




__ Dizem que cometo um erro fatal por lembrar demais, e tudo isso precisa desaparecer. Não quero saber de viver para sempre assim e tornar o meu futuro em algo esfumaçante e sombrio como foi o meu passado com você e não ter do que me lembrar depois.
__ você já não me ama mais, não é isso?
__ Seria mais simples se fosse isso! Se não pude manter você aqui dentro do meu peito e evitar que todas as coisas afundassem do meu lado. Então acho que é só desamor e sombras que será lembrado por nós.
__ vamos tentar mais uma vez e tudo ficará bem! – Insistiu Nelson
__ Quando estou em teus braços, Nelson... é quando os monstros aparecem para me assustar. Levando embora tudo com seu medo lindo de estar aqui para sempre comigo e por baixo da pele é tudo que tenho para durar eternamente, mas de que me adianta saber isso, se não consegui faze-lo me amar de verdade.
__ Você vai estar bem?
__ Sim, e isso é tudo que eu preciso. Fique com Deus, Nelson e seja feliz.






A dor de Clarisse estava amenizada com o aparecimento de Orlando e embora triste, já não sentia-se tão miserável e desamparada.


Embora Tides fosse uma cidade de menos de 6oo mil habitantes havia bastante lugares para se levar alguém para jantar e com certeza lugares agradáveis e Clarisse sabia que ali seria o palco que presenciaria o seu renascer como mulher e caprichou mais do que

costumava para tentar impressionar Orlando. Vestiu uma blusa azul piscina que ajudava o contorno dos seus seios arredondados e a curva sinuosa de seus quadris e uma saia preta que lhe deixava escapar as coxas por aberturas singelas e nem tão generosa e nos pés uma sandália azul para combinar com a blusa. Ali estava uma mulher sensual e linda pronta para arrasar qualquer coração desprevenido. Os olhos de Clarisse eram magníficos e o tom azul por detrás deles os realçava mais ainda.
Quando Orlando chegou seus olhos não puderam evitar de fitar minuciosamente aquela visão exuberante daquela mulher que parecia tão frágil e indefesa.



Capitulo 4

__ Desculpe-me! Acho que bati na porta errada... aqui é o número 432 da rua Amadeus?
__ Não, o senhor se enganou... mas já que estou vendo que está arrumado, penso que talvez queira sair para jantar comigo, sim ou não?
__ Como estou perdido e o meu compromisso está temporariamente ameaçado, sim eu gostaria muito de acompanha-la.
__ A mulher que lhe espera vai ficar zangada, não vai?
__ Não era mulher, era um gordo ...
__ Seu mentiroso...



Ambos começaram a rir como crianças e Clarisse o convidou para ver o local onde ela se refugiava e passava seus momentos em sua própria companhia a maior parte do tempo. Uma mulher que tinha como profissão ajudar as pessoas, não sabia como se ajudar para livrar-se de sentimentos que lhe aprisionavam num mundo criado por ela para se defender de emoções que lhe causaram muita dor no passado.



O restaurante calmo e agradável ajudava a coloca-los mais próximos e a conversa animada restaurava o tempo que eles nunca tiveram e encurtava o caminho daquela separação de dois corpos que só agora se encontraram.

__ Apesar de tudo estou feliz por estar aqui com você, parece que sai de um lugar escuro que estive há muito tempo e estou adorando sorrir novamente, obrigada...
__ Eu também estive perdido tentando me encontrar e estar ao lado de uma garota tão sensual e sincera como você só está me fazendo bem.







Cada passo devia ser calculado para não estragar o que os dois sabiam que haviam deixado para trás e que agora estava de volta em suas vidas.




__ Esse lugar é muito bonito, não me lembro de ter vindo aqui antes.
__ Acho que foi inaugurado recentemente. Eu nem posso afirmar isso, pois a última vez que sai para me divertir foi há quase dois anos atrás. Me afastei de alguns lugares e me isolei no computador.
__ Sério, Clarisse?
__ Sim!
__ Também tenho passado um bom tempo no computador. Tenho entrado na Internet e deixado de sair fisicamente, mas talvez por falta de alguém como você. Vou deixar o meu e-mail neste guardanapo e você poderá me escrever e o número do meu ICQ também. Será ótimo conversar com você quando eu estiver longe...
__ Longe? Vais viajar?
__ Longe de você, não é necessário estar viajando, basta chegar em casa que já estarei distante...
__ Nos conhecemos apenas algumas horas atrás e já está falando em saudades. Ou você apenas quer ser gentil?
__ Se não fosse pela ironia do destino, agora eu estaria em casa vendo o tempo passar ou mergulhado na oficina lixando alguma madeira. O pensamento mais constante era dos momentos que já ficaram para trás.



__ Eu sei que com certeza estaria em casa revisando documentações que deveriam ser entregues na semana que vem. Mas, vejo hoje como uma mudança de planos na minha vida que está estacionada.
__ Então, você e eu estamos a espera de um milagre?
__ Acho que o milagre já aconteceu e agora é saber se ele continuará real e não apenas momentâneo.





Noites apaixonadas seguiam firmes após o acidente de Clarisse e a novidade em seus dias lhe trouxeram o amor que aconteceu suave; forte e intenso. Fazendo desaparecer aquela mulher descrente que algo bom pudesse acontecer em seu coração. Depois de muito tempo sem nada florescer em seu coração, Clarisse sentia que todo o tempo de solidão estava chegando ao fim e o que não havia nada de novo, foi dando lugar as inquietude trazida pela oportunidade de se sentir amada outra vez.



A vida poderia estar lhe dando a chance de sorrir e se fez forte em seus braços mesmo acreditando que podia ser apenas uma paixão, ela se agarrava no que sentia para se manter feliz por um longo tempo, sem medo de se entregar aquele mar que se abria em sua frente.

O que sempre afastou Clarisse de suas emoções foi o pavor da rejeição que lhe ofereceram em seu passado e suas tentativas erradas de encontrar alguém especial.



Nas mentiras que ela insistiu em acreditar e em algumas traições que amarguraram-lhe o coração.
Foram mais desencontros e lágrimas que se podia imaginar e tantas lembranças ruins permaneciam vivas em sua mente e sempre acontecia quando às vezes ela se distraía e se deixava ser levada por mais uma tentativa e no final só ela é quem sofria e nada importava depois. Só com a sua fuga do mundo real é que Clarisse passou a se sentir segura, dona de suas ações e se transformou numa mulher capaz de se entregar aos seus deveres como uma profissional séria e respeitada.


Capitulo 5

Embora vivesse a sua vida sem muitos amigos em particular e com a vida dedicada no trabalho e com suas tempestades tão cinzas e revoltas no coração. Vivendo o seu tempo em medo e vazio, fazendo de seus dias em refugio para não alimentar a alma com amor perdido e promessas que certamente não seriam cumpridas.

Ativa e cheia de energia ocupada demais para ficar pensando em nova possibilidade de amar, a esta altura da vida qualquer acontecimento seria de uma angústia tão profunda que só a acalmaria através de muito trabalho.
Um sorriso, um olhar mais demorado, um elogio, desencadeava um processo de fuga, como se ela tivesse um plano arquitetado para escapar de um flerte. A necessidade de afogar esse tipo de dor controlava a vida de Clarisse. Nem o desejo desesperado de saber que os erros não foram cometidos só por ela conseguiam quebrar esse domínio, como um fantoche sem vontade própria, ela obedecia a esse medo e dor e se tornava prisioneira de seus próprios desertos.






Clarisse se sentia no fim de suas forças e pensava que jamais conseguiria gostar de alguém e que não haveria mais nenhuma esperança reservada para ela. Com o aparecimento de Orlando os pensamentos que povoavam a mente dela era que se ela cedesse aquele impulso desesperado, estaria perdida mais uma vez por acreditar que o que ela mais queria era apenas ser feliz. Neurótica e compulsiva não podia controlar esses sentimentos. Era como estar à beira de um precipício e sabia que seu próximo passo a jogaria em pleno abismo.

Tantas fugas e desastres não diminuíram o desejo de amar e as razões do coração já não pertenciam mais a Clarisse e todos os medos foram deixados para trás com seus donos e passado. Agora o coração dela batia por aquele homem claro de aparência honesta e calma. Onde ela reunia as sua últimas chances de não estar mais sozinha em sua vida.







Há muito tempo Clarisse deixara de se magoar com a atitude masculina em relação a ela, até mesmo ocultava o seu desagravo, tratando-os de maneira informal, para não ser vista como mulher. Com suas roupas sem brilho e seu rosto sem maquiagem e com seus cabelos sempre presos. Ela aceitava essa situação pois compreendia que assim seria melhor para ela e seu coração, para viver em paz.




Nelson, que antes passava dias sumido agora era presença constante ao telefone e lugares que Clarisse às vezes freqüentava. A insistência em se encontrar com Clarisse deu certo.

__ Clarisse, apenas me escute com atenção...
__ Tudo bem, Nelson! Mas, você sabe que essa é a minha hora de almoço e que não posso me demorar.
__ Tudo bem! Estive pensando em tudo que você me disse e cheguei a uma conclusão que eu não fazia idéia que existia em mim. Clarisse, eu sempre quis que o mundo inteiro soubesse de todos os bons momentos que vivi ao teu lado, mas por um erro que eu cometi coloquei tudo a perder e vi tudo isso ir embora e de repente me vi tão só aqui que nem sei o que lhe dizer para me desculpar. Quando sei agora que tudo que tínhamos foi bem mais do que isso que ficou comigo nesse momento.
__ Você podia ter me dado um pouco mais de atenção e tudo isso não chegaria tão perto do fim.

P.S: Todo o restante deste livro encontra-se comigo e para edita-lo aqui ficaria grande demais. Peço desculpas e que entrem em contato comigo para te-lo por inteiro.

Taylor



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