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Contos-->UMA SOMBRA NA PAREDE -- 10/04/2000 - 21:30 (Eustáquio Mário Ribeiro Braga) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sou uma sombra na parede. O fantasma vivo de quem não morreu...
Não sei se o conheci, mas era perene a sua presença. Aquele homem de traços finos, porém rude ou simplesmente castigado pelo tempo. Era notória a sua origem e raça. Estava sempre na defensiva, em guarda e com o raio de visão que atingia o ângulo de trezentos e sessenta graus. Sim, era guerreiro, era bom e de boas
intenções. De coração e alma pura. Na arte de saber camuflar-se esse pobre homem viveu. Vivenciou o abandono do lar. Abandonado em si na miséria, fome e no estado absoluto de pobreza. Todavia, esse Homem cresceu. Era uma artista e, o provou só por ter sobrevivido sem seqüelas, sem ódio e rancor. Semeou paz, harmonia, justiça e amor. Era um autodidata. Estudou apenas o suficiente para habilitar-se a exercer uma profissão com dignidade, mas aprendeu tantas e tantas... Na sua incultura aprendeu várias culturas, crenças e um pouco de outras línguas. Tinha seus problemas de relacionamento como qualquer outro mortal, seus mitos, tabus, preconceitos e fobias. Mas, passou por cima de tudo e superou, se não a todos, pelo menos na sua maioria. Sonhos? Esses sim, eram tantos, realizou alguns, outros ainda está a sonhar, talvez nunca realizará. Ele idealizou, realizou, combateu, falhou, acertou e revolucionou. Deixou uma legião de pseudos amigos e, também inimigos reais, uns ocultos ou camuflados, e, outros declarados. Voltemos ao Homem, não importa a denominação: Sou uma sombra na parede. Depois de perseguido, humilhado e derrotado tal homem aprendeu a dramatizar. Passou a criar personagens; a falar através de símbolos, poemas e desenhos. Desenhou o seu destino. Tal qual a uma lagartixa subiu parede e tornou-se invisível. Passou a enxergar o mundo e as pessoas com outros olhos. Adquiriu a capacidade de estar em vários lugares ao mesmo tempo. Passou a utilizar aquilo que de mais vil predomina nas pessoas: o falar de tudo e sobre todos. O leva-e-traz. Depois passou a adaptar-se com o mundo e suas mazelas. Mas, quem se expõem muito acaba sendo sempre visado, perseguido e atacado. E o homem continua a sua labuta. Fugindo das autoridades, subindo paredes, escrevendo periódicos, flutuando, voando, lutando, debatendo, sorrindo e chorando. E enquanto existir paredes, barreiras, injustiças, descaso, contendas, vida e luta. Existirá uma sombra a seguir, e, não adianta esquivar, pois a sombra se esquiva mais rápida, lépida e imortal. O corpo em si, não obedece os comandos do cérebro quando este está amarrado, preso ou mutilado. A alma e a sombra sim; Onde existir espaço voarei; Onde existir parede subirei; Onde houver injustiças guerrearei em corpo, alma e sombras. Talvez?

BRAGA
29/03/2000




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