Usina de Letras
Usina de Letras
16 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63265 )
Cartas ( 21350)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3249)
Ensaios - (10693)
Erótico (13594)
Frases (51790)
Humor (20180)
Infantil (5606)
Infanto Juvenil (4954)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141323)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6359)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->TEM GENTE EM CASA -- 23/09/2001 - 12:24 (VITO CESAR FONTANA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TEM GENTE EM CASA

Tem gente em casa.
Debaixo da porta um postal.
Na sala, sob a mesa do jantar, um joãozinho, fazendo forquilha de derrubar passarinho com uma borracha velha de câmara de ar.
No quarto Dorinha troca o vestido e a janela aberta deixa vazar o assovio do visinho que olha de binóculo. Dorinha nem liga. Dorinha adora.
Na cozinha mãe preta mexe o caldeirão com a colher de pau e seus peitos grandes roçam na borda, pra lá e pra cá. Ela ri um riso branco, branco de marfim. Branco imaculado.
No quintal Zezinho e Mariinha caem no chão, correndo um atrás do outro, ralando joelhos.
- Traz mercúrio cromo, umbelina! - Grita Mãezinha, apartando o suor da testa com o dorso da mão direita, prendendo os cabelos, soltando o vestido molhado de tanque da pele morena.
Pai Pedro chega já, é o pensamento de todos.
Cada qual no seu canto, em cada canto uma flor, gente se arrumando de pressinha, respiros suspensos, comida na mesa, silêncio com riso embutido.
A porta se abre, Pai Pedro tira o chapéu, solta um suspiro grande:
- Tem comida nessa casa, Mãezinha? - e abre um sorriso largo.
Vó Celina olha com desdém aquele homem comprido, balança na cadeira de canto, enquanto Raimundinha esfria a papa ao lado dela com colher rodando e sopro.
Tudo se descontrai, meninos cruzam a sala, falando ao mesmo tempo, Vó Celina no Canto, fazendo que não vê nada, que não dá opinião sobre nada, Mãezinha desamarrando o avental, examinando a mesa, arrumando a cadeira da cabeceira, olhando seu homem com olhos que brilham.
Pai Pedro tropeça em Totó, que dorme solto e arreganhado, diz palavrão e levanta a mão esquerda como se fosse verdade. Totó dá uma olhada de lado e nem liga. Pai Pedro levanta a bota e se livra de pisar nele com cuidado.
A farra começa. Lá fora apenas uma borboleta.






Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui