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Contos-->TEM GENTE EM CASA -- 23/09/2001 - 12:24 (VITO CESAR FONTANA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TEM GENTE EM CASA

Tem gente em casa.
Debaixo da porta um postal.
Na sala, sob a mesa do jantar, um joãozinho, fazendo forquilha de derrubar passarinho com uma borracha velha de câmara de ar.
No quarto Dorinha troca o vestido e a janela aberta deixa vazar o assovio do visinho que olha de binóculo. Dorinha nem liga. Dorinha adora.
Na cozinha mãe preta mexe o caldeirão com a colher de pau e seus peitos grandes roçam na borda, pra lá e pra cá. Ela ri um riso branco, branco de marfim. Branco imaculado.
No quintal Zezinho e Mariinha caem no chão, correndo um atrás do outro, ralando joelhos.
- Traz mercúrio cromo, umbelina! - Grita Mãezinha, apartando o suor da testa com o dorso da mão direita, prendendo os cabelos, soltando o vestido molhado de tanque da pele morena.
Pai Pedro chega já, é o pensamento de todos.
Cada qual no seu canto, em cada canto uma flor, gente se arrumando de pressinha, respiros suspensos, comida na mesa, silêncio com riso embutido.
A porta se abre, Pai Pedro tira o chapéu, solta um suspiro grande:
- Tem comida nessa casa, Mãezinha? - e abre um sorriso largo.
Vó Celina olha com desdém aquele homem comprido, balança na cadeira de canto, enquanto Raimundinha esfria a papa ao lado dela com colher rodando e sopro.
Tudo se descontrai, meninos cruzam a sala, falando ao mesmo tempo, Vó Celina no Canto, fazendo que não vê nada, que não dá opinião sobre nada, Mãezinha desamarrando o avental, examinando a mesa, arrumando a cadeira da cabeceira, olhando seu homem com olhos que brilham.
Pai Pedro tropeça em Totó, que dorme solto e arreganhado, diz palavrão e levanta a mão esquerda como se fosse verdade. Totó dá uma olhada de lado e nem liga. Pai Pedro levanta a bota e se livra de pisar nele com cuidado.
A farra começa. Lá fora apenas uma borboleta.






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