Porque corre tanto?
Os cascos do cavalo, a roda da carroça me machuca, a poeira ergue e mais pressa ainda.
Descuple-me pelos buracos e pelas pedras. Faz tempo não chove e a terra está seca, dura... Nem capim tem direito.
Por que chora?
Os passos mesmo na noite soa tão baixo. Porque pára? Procure um abrigo. Não, não durma aí. A noite está fria e o paralelepípedo gelado, parece que vai chover. Não, não durma aí.
Quando recebi esta camada escura, pensei que fosse confortável para aqueles que caminham. Mas não... Quantos perigos vi passar por mim.
Tenho saudade de quando por mim havia bastante verde. Era mato e flores. Não recebia companhia de humanos, mas era mais feliz.
Hoje tenho nome que diz de gente importante mas vejo indiferença, não há carinho e nem gratidão por eu existir.
Tenho saudade de quando em minha volta era tudo igual.