Há muitos anos atrás, existiam os tuaregues e tauregues, que eram conhecidos como os ciganos do deserto. Nesta carava, existia uma menina chamada Xênia, que era uma cigana muito meiga e que gostava de brincar com Héctor, o seu camelo de estimação.
Um certo dia, esta caravana acampou num oásis. Então Xênia, muito curiosa, foi passear pelas areias da região com o seu camelo até que encontrou uma tenda no meio do deserto mais próximo. Assim, a adolescente entrou dentro da barraca e teve uma visão assustadora: uma menina com uma espécie de burca, toda amarrada e chorando. Naquele instante, Xênia desamarrou a garota e disse-lhe:
- Gostaria de saber o que aconteceu com você
A pequena explicou:
- Meu nome é Alzira, levei cem chibatadas porque alguns homens abusaram de mim, contra na minha vontade. Então, depois do meu castigo, me amarraram aqui, sem comida, e brevemente ganharei mais cem chibatadas.
Deste jeito, a cigana disse:
- Preciso trocar de lugar com você, afinal não quero que seja morta.
Desta maneira, as duas trocaram de roupa. De repente, elas escutaram um barulho. Alzira se escondeu e a cigana permaneceu por trás da burca. Mesmo assim, ela foi levada para o castigo, levou mais de cem chibatadas, no Sol, e morreu.
No dia seguinte, uma gangrena tomou conta das mãos dos algozes e dos homens que abusaram de Alzira. Assim, eles acabaram falecendo.
Reza a lenda que a cigana Xênia protege as mulheres de abusadores e machistas. Quando uma mulher está sofrendo assédio e abuso ela deve rezar para esta entidade com o objetivo de receber proteção.
Luciana do Rocio Mallon
