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Contos-->O Processo -- 22/08/2011 - 22:20 (MAURO DELLAL) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

O despertador tocou exatamente às seis horas. Como sempre, foi silenciado logo na primeira soada. Ele levantou-se exatamente pelo lado direito da cama. Lá estavam seus chinelos e o roupão. Vestiu-os e encaminhou-se até a cozinha. Ligou a cafeteira, que ainda estava com água e pó adormecidos. Enquanto despertavam e se uniam, os pães de forma mergulharam na torradeira. Observou o grau do tostador. Estava onde deveria estar. Caminhou até o banheiro, girou a torneira até a marca na parede que indicava a temperatura ideal. Exatamente dez minutos depois, fez a operação contrária. Enxugou-se na toalha seca, jogou-a na cesta de roupas sujas e pegou outra que, obedientemente, ficaria esperando até o banho da noite. Enroupou-se novamente e foi para a cozinha.
O aroma quente e saboroso do café impregnava o ambiente ainda na penumbra. Era inverno. Sua estação favorita. Começaram certas lembranças vindas do cheiro cálido dos pães torrados. O cheiro... Exatamente aí, sua mente voltou para a ordem. Apoiou a fatia de pão no prato, retirou o queijo branco da geladeira, cortou um pedaço generoso, colocou sobre a primeira fatia e a abraçou com a outra. O abraço... Precisamente aí, seu olhar voltou-se para a cafeteira. Verteu um pouco na xícara bonita de porcelana, adoçou-o com algumas gotas de sacarose. Quase se perdeu na conta... As gotas... Pareciam... Justamente aí, lembrou-se do jornal da manhã. Ligou a TV da cozinha. O sussurro da voz da repórter encheu o ambiente de novidades presumíveis. Prestou atenção no movimento da boca da moça. Ela a tinha com lábios carnudos, avermelhados de profissão. A boca... Sempre aí, prestou obediência a tentar compreender o mundo ao seu redor. Tentou. Era o que podia fazer.
Ao bom dia da jornalista, seu café findou, seu pão concluiu sua função. Desligou a TV e foi-se vestir para o trabalho. Sua roupa estava dormente do lado esquerdo da cama. O lado esquerdo... Direitamente aí, sua sensatez lhe chamou. Cobriu-se das vestes, escovou os dentes, penteou-se. Seus cabelos rebeldes insistiam em apontar para a cama. Carinhosamente passou-lhe os dedos, como se aquele carinho fosse mais forte do que a determinação dos fios em querer o lado direito. O carinho... Os dedos no cabelo... Precipitadamente aí, findou sua preparação. Estava pronto.
Pegou suas coisas: carteira, chaves, óculos, casaco... Faltava apenas uma coisa: olhar sua agenda. Abriu-a no dia indicado e despertou seu conteúdo. Tinha um dia cheio pela frente: “lembrar-me de te esquecer”.
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