Helena sente-se a mocinha de uma novela. Pode ser do Manoel Carlos mesmo. Embora suas tramas não apresentem tantos vilões quanto os que aparecem na vida de Helena.
Esses vis vilões estão descontrolados e descontrolando Helena. Não aceitam a aproximação do casal! Corroem-se.
Helena está enfurecida com a capacidade da pessoa chegar nela e perguntar, indiscretamente, o que conversava com um amigo durante uma reunião! Não podem conversar? Se fosse qualquer outra mulher... Mas Helena sabe que o problema é ela. Por que não vigiam a colega que acabou de se casar? Essa usa recurso vulgar para se insinuar aos que lhe chamam a atenção. E o pior... quem cair na rede... pra ela está bom. Coitada! Faz-se vulgar porque talvez não tenha outro meio para chamar a atenção. Isso porque a irmã do marido trabalha no mesmo lugar. Precária.
Helena é ciumenta assumida. Claro! Mexeram com o amor da sua vida. Com o homem que a faz sonhar há anos. Como aceitar tranquilamente que uma desclassificada vá para cima dele assim? E é por ser ciumenta que Helena se preocupa, pois não deveria nem esquentar, um abismo as separa.
E é isso que faz de Helena o foco. É com ela que se preocupam. É ela que querem o mais longe possível. Ela não pode conversar com o sexo oposto! Isso é ridículo! Pergunta: que mundo é o desse povo? O da inveja, não?
Mas por que ela está tão desesperada? O que esperar de gente que lhe pergunta: ah, o que você fez pra ele para ganhar essa rosa, hein? Rosa que ganhou de um menino de nove anos. E mais, olham para ela e dizem: você é bonitinha, dengozinha, manhozinha; com o ar mais cínico e invejoso que pode ter.
Helena é muito mais do que bonitinha... É humana. É verdadeira. Transparente. Por isso conquista o amor de crianças inocentes. E quem aceita isso?
É... essa mulher tem muito o que enfrentar. E ela espera que se, um dia, precisar assumir seu amor, não o faça sozinha.
Seria a maior decepção de sua vida.