O pulmão está doente. Vítima do mais terrível câncer - a ignorância - e infectado pelos mais patogênicos dos germes - os da ambição - está sendo impiedosamente devorado.
Quando em estado febril, áreas atingidas pela infecção ardem em temperaturas elevadas e vão se consumindo nas chamas da ganância, comprometendo o desempenho de sua função, aumentando o perigo de levá-lo a um colapso. Seus grandes e pequenos vasos já estão intoxicados pelas toxinas do progresso e a oclusão do fluxo normal da corrente pode causar a morte de muitos tecidos ou ocasionar um derrame.
Não o bastante a depredação pelos germes do local, vêm os micróbios de fora para darem a sua parcela de degeneração. Esses são, na verdade, os piores inimigos do sistema de constituição do corpo. Além de devastarem a sua região de origem, devastam as que não lhes pertencem, com o intuito de tirar proveito da situação, contando com a permissão e o auxílio dos congêneres do lugar. Indiscriminadamente, usufruem do nutritivo órgão. Tiram, tiram e nada repõem. Muitas vezes, através de metabolismo direto ou indireto, produzem substâncias para extinguir ou inibir a ação dos defensores; então, com o caminho livre, dominam o meio e devoram-no, deixando o órgão cada vez mais debilitado. Mas, se por qualquer motivo se sentem ameaçados, sofrem mutações procurando confundir o sistema imunológico, transmitindo a falsa impressão de proteção de um órgão que foi em grande parte consumido por eles. Por onde passam sempre deixam os vestígios de alguma contaminação, agora, temem o próprio veneno.
Anticorpos reagem, gritam e pedem ajuda. Em acirradas batalhas contra os vírus da incompreensão, tentam reprimir e reverter a agressão. Lutam para salvar o órgão, porque sabem que sua morte pode significar a morte do corpo e, consequentemente, o fim de todos que nele vivem. Por essa conduta digna, em alguns casos solitários, muitos são brutalmente destruídos e outros estão constantemente sob as ameaças da destruição, depois, finalmente, quando abatidos, rendem-lhes homenagens póstumas, a nível corporal, pelo espírito de luta e devoção em prol da vida, que reflete os reais propósitos da preservação do órgão afetado. Ainda assim, continua a ignominiosa e inexorável degeneração.
Muito antes do órgão ser atingido o carcinoma já estava presente em outras localidades vitais do organismo. Generalizando-se, chegou ao pulmão e, no momento, caminha em direção ao outro pólo do corpo. Daí, só Deus sabe que destino terá a região, quando a proliferação for consumada.
Há germes que se consideram geneticamente mais evoluídos do que os outros. São realmente, capazes de desdobrarem substâncias do organismo, convertendo-as em drogas que provocam verdadeiros distúrbios no ambiente celular onde atuam. Conforme a intensidade, destróem, inclusive, o processo regenerativo ou o impossibilita totalmente. O impacto das drogas é implacável e os efeitos prolongados, oriundos, são mais ainda. Pode levar ao extermínio todas as espécies de vida presentes no corpo. Ninguém, principalmente aqueles que as produzem, estarão isentos dos seu aniquilantes efeitos, pois de nada lhes adiantarão se encapsularem nas cápsulas da vergonha, porque numa competição direta, não haverá no organismo onde se esconder.
Acidentalmente ou propositadamente, já houve provas suficientes, que apontam a incapacidade de seus precursores diante de seus efeitos maléficos. Conhece-se muitos sintomas possíveis para diagnosticá-los; entretanto, o pior deles, certamente, não terá tempo para identificá-lo e nem o pulmão o resistirá.
O pulmão está doente e o corpo sente os reflexos da enfermidade. Felizmente, esse câncer diagnosticado, embora, tão letal, tem cura se tratado devidamente. Para isso, só há um remédio eficaz no seu tratamento, que possibilitará a reabilitação gradativa do órgão e dos demais componentes do organismo, regenerando as suas células atingidas pelo carcinoma da ignorância humana, eliminando os vírus do interesse político e econômico, como também, todos os germes nocivos à sua saúde. Tem-se revelado, na plenitude e amplitude de seu significado, ser o único capaz de debelar a doença. Precisa-se apenas estimular, sempre, a sua produção endógena. Nenhuma moléstia oferecerá resistência a eficácia da "CONSCIÊNCIA".
A evolução é um processo natural que envolve, em todos os níveis, as espécies. No entanto, o mais importante não é evoluir somente, sem antes ordenar esse processo e ter plena "consciência" da certeza do seu domínio absoluto, observando os critérios que devem ser obedecidos, para dar uma seqüência normal à vida. Vida que a natureza a qual estamos dizimando, assim procede, para garanti-la neste mundo. Natureza que nos passa, como ensinamento, os fundamentos de ordem e respeito de um processo evolutivo, os quais ela vem acumulando a bilhões de anos para manter a harmonia entre o meio e o ambiente, e nós, por motivos puramente egoísticos, insistimos em pertubá-los e inescrupulosamente a violentamos diariamente.
Por natureza, na concepção mais simples, entende-se ser toda e qualquer força que mantém o equilíbrio e a ordem para garantir a vida neste planeta. O não cumprimento das normas que a regem, implicam em respostas não satisfatórias ao processo evolutivo imposto pelo homem, ao qual, denomina-se "PROGRESSO".
Uma caminhada desordenada rumo a progressão do ser humano, onde procura-se desenvolver o intelecto e esquece-se a "SABEDORIA".
A questão Amazônica está e sempre estará no ápice dos acontecimentos quando o assunto for depredação da natureza. Tratam-na como se fosse a responsável pela situação caótica em que se encontram as condições ambientais do mundo, com isso, camuflam-se as questões que representam riscos imediatos, e da discussão nunca saem, desviando as atenções até se escamotearem. O desarmamento nuclear é um típico exemplo. Aumentam o arsenal atômico violando descaradamente "O
DIREITO À VIDA" que é um direito adquirido por cada ser que habita este planeta, desde a espécie mais inferior, conforme a escala evolutiva, até a mais evoluída.
Realmente, é assustadora a devastação da Grande Floresta proveniente dessa exploração irracional, que causa prejuízos inestimáveis ao equilíbrio ecológico, comprometendo a função que lhe compete perante aos ecossistemas que ela comporta, e olhando de uma forma global, a Amazônia significa apenas uma fatia desse todo. A agressão sofrida por ela, somada às agressões sofridas pelas outras partes que constituem os demais ecossistemas, são inerentes, e estão levando ao caos ecológico.
Cada fração destruída gera reações bruscas da natureza na tentativa de recompor o ecossistema e manter o equilíbrio, daí, então, novas condições ambientais vão sendo criadas, e as espécies necessitarão se readaptarem ao novo meio para sobreviverem. E o causador de tudo isso conseguirá?
A depredação da natureza fecunda-se no despreparo e na ambição. A Amazônia, uma aliciadora natural dos gananciosos, jamais integraria a exceção. Quando empunham orgulhosamente a moto-serra, tombam e queimam a vegetação nativa. Quando usam suas armas tirando vidas. Quando acionam os detonadores causando explosões, descaracterizando o conjunto geográfico e geológico da região, só têm em mente o lucro. Tudo isso, e mais, numa corrida desenfreada para converter o produto na moeda verde. É o verde da moeda contribuindo para varrer o verde da Grande Mata.
A ingerência externa. Uma incoerência com a realidade dos fatos, sendo que os maiores consumidores dos frutos da devastação da Floresta Amazônica, são os que mais a almejam. São os mesmos que falam em preservação da natureza, mas:
- constróem foguetes carregados com ogivas nucleares e os apontam para os quatro cantos do mundo,
- não sabem o que fazer com o lixo atômico e os dejetos industriais, jogando-os sob as águas dos oceanos,
- invadem os mares e assassinam indiscriminadamente baleias, golfinhos e outros animais marinhos,
- contribuem consideravelmente para a destruição da camada de ozônio e o aumento do efeito estufa,
- participam ativamente da destruição do meio ambiente nos discriminados países denominados de terceiro mundo (subdesenvolvidos), obrigando-os a sucumbirem-se diante de sanções comerciais e econômicas, cobranças de juros elevados, de uma dívida, que de acordo com a viabilidade de pagamento do devedor, só cresce e nunca acaba ou diminui, gerando como isso a miséria, a fome, a falta de instrução, estímulo a corrupção, e muitas outras crises, que culminam nos despreparo do seu povo, levando-os, muitas vezes , por questão de sobrevivência, a agredir a natureza. Para essa gente não importa o futuro, importa no presente matar a sua fome,
- etc., etc., etc...
Depois esquecem simplesmente. Natureza não se preserva com demagogia. Preserva-se, sim, com atos e exemplos que nascem no âmago e denotam, sem nenhuma intenção duvidosa, o amor a própria vida.
Amazônia - “O Pulmão do Mundo”. Uma atribuição controvertida, portanto, insignificante perante a prioridade da sua conservação. Sabemos todos nós dos malefícios advindos dessa desvairada exploração. Resguardá-la unicamente, não basta. É necessário salvar os oceanos, os mangues, os pântanos, os rios, as montanhas, enfim, conservar toda e qualquer fonte que representa essa força. Desperte em si a sua dose de “CONSCIÊNCIA”, caso contrário seremos no futuro, uma esfera incandescente a girar pelo espaço ou os fragmentos de um mundo que tinha tudo para ter e gerar vida e paz. Chegou a hora de pensar, repensar e refletir, sobretudo, conscienciosamente, transformar as idéias em ações imediatas. Lembrem-se: a Amazônia é apenas uma porção do conteúdo do mastro que, ao longo dos anos, vem arrastando essa bandeira, enquanto a bandeira, é a vida que balança pedindo “SOCORRO”.