Usina de Letras
Usina de Letras
39 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63156 )
Cartas ( 21349)
Contos (13300)
Cordel (10357)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10656)
Erótico (13589)
Frases (51642)
Humor (20169)
Infantil (5587)
Infanto Juvenil (4930)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141277)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6347)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->VIAJANTE -- 31/05/2010 - 13:40 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Final dos anos cinqüenta e logo depois da grande seca de 1957, meu pai retornava de uma viagem que fizera a pé, cortando matas virgens e vencendo veredas entre Goiás, Maranhão e Piauí.

Abatido pelo cansaço, sentou-se, assou carne seca e comeu. Sentiu sede e sabendo que não tinha mais água na cabaça, chupou o sabugo da tampa.

Sentia febre e tinha os beiços rachados feito náufrago à deriva...Levantou com dificuldade as vistas, pôs-se de pé e viu um casebre distante... Aproximou-se.

— Ô de casa!

Ninguém respondeu. Ô de casa, repetiu ele batendo palmas. Em seguida, saiu um menino sujo, amarelo e descarnado, esgueirando-se pela fresta da porta.

— Cadê seu pai.

— Pai tá aqui não!

— Pois chame sua mãe...

Apareceu uma mulher com os olhos mal lavados.

— Já disse que meu marido num tá in casa!

—Dona, venho de longe, minha água acabou!...

Daqui a meia légua tem uma fonte e apontou para uma vereda que não tinha um rastro fresco de gente...

O velho olhou, deu meia volta e tomou a direção indicada, quase oposta ao caminho que precisava seguir para continuar sua viagem . Bebeu água, encheu a cabaça e quando passava de frente ao casebre, a mulher gritou:

— Moço, encoste aqui!

A dona da casa e seu filho, cada um tinha uma cuité encardida na mão... “Bote água pra nois!"

Beberam! Ela enxugou a baba com uma rodilha suja e disse ao viajante: “O senhor podia despejar no pote o resto da água que sobrou na cabaça?”
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui