O sol nasce novamente como em todas as manhãs de outono.Levanto, me livro do cobertor de jornais e saio em busca da sobrevivência.
Próximo ao semáforo, peço dinheiro, comida, algo para aquecer meu corpo.
Não tenho casa, não tenho emprego, não tenho nada além de esperanças.
Vago lentamente pelas ruas, sem rumo, procuro apenas alguém para me ajudar a lutar contra a morte, que me guia para o inferno de onde encontro sempre uma saída e uma pequena chama de esperança.
O dia passa como tem de passar.O sol adormece como tem de ser e assim a lua ganha seu lugar no céu.
Volto ao meu abrigo, recolho os jornais e ajeito minha cama de papel.Me deito e olho para a lua e para as estrelas, peço à elas um pouco de vida decente.
Não sei se elas me escutam, mas aos poucos vou adormecendo pensando em q um dia deixarei de ser mendigo...