Diante da minha tia, que sofreu recentemente de um ataque de AVC, ponho-me a pensar na vida que todos nós temos.
Passamos a nossa existência inteirinha à procura de realizar os nossos sonhos, a nossa sobrevivência profissional, a nossa luta contra as doenças que nos rodeiam.
Lutamos desde que nascemos, morremos a cada dia, a cada minuto que respiramos e nunca paramos para pensar no motivo da nossa existência, o grande quebra-cabeça que é a nossa vida.
A minha tia já conheceu grande parte do mundo, muito ativa, até demais para o meu gosto, não gostava de ficar parada, hoje não fica parada mesmo, balançando-se para lá e para cá, como se fosse um ímpeto cerebral, se queixando da monotonia que a convalescença impõe.
A luta pela sobrevivência a põe em uma posição defensiva, diante de todos, implorando a atenção, os nervos em frangalhos, a necessidade de amparo das pessoas que sempre amparou. Tudo isso incomoda muito mais a paciente do que os que cuidam da sua recuperação, que deverá ser lenta, na melhor das hipóteses.
Essa doença pega todas as pessoas de surpresa, inclusive o ex-deputado federal Clodovil, sucumbiu diante dela.
Acredito que todos nós temos o nosso destino, independentemente de religião, mas o pior é que na nossa labuta diária, esquecemos de muita coisa, inclusive de que fazemos também parte da natureza, igualzinho ao mais baixo dos seres vivos. A nossa inteligência, que nos diferencia dos outros, nos coloca em um patamar dito “superior”, mas no final de tudo, também sofremos, ficamos felizes, adoecemos e morremos, não importando a cor, classe social e tudo a nossa mente tenta nos colocar como melhor ou pior que os outros.
Muitas pessoas sempre falam que diante de tanta agrura diária, temos que viver a nossa vida como se fosse o último dia, realmente é um conselho muito bom, mas quando o estresse do cotidiano, da vida profissional e da vida moderna nos chama, esquecemos de tudo, até que respiramos, tornando-nos nosso próprio inimigo e isso tudo, é o fator primordial para que o AVC nos conquiste, nos domine.