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Contos-->O c aso das gravatas Viotom -- 13/04/2007 - 22:21 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O caso das gravatas Viotom

Fernando Zocca


Logo depois que iniciou a concretização do seu sonho de ter em Tupinambicas das Linhas uma fábrica de gravatas, a gravataria Sóbria, Van Grogue percebeu que os membros da seita maligna do pavão-muito-bem-louco arroxeavam-se de tanta inveja.
As malucas queriam comer-lhe o fígado, sacar-lhe a pele e tripudiarem sobre seu fracasso ardentemente desejado.
Mas Grogue não era besta. Ele conhecia os ardis das girolas e não cansava de dizer:
- Enquanto essas otárias vêm vindo com o amendoim, eu já estou voltando com a paçoca. Ô carniça dos infernos!
Porém naquela sexta-feira, a mocréia mestre da seita satânica parara seu carro velho fedido bem defronte ao setor administrativo da indústria e num gesto de provocação pusera a rodar, em volume alucinado, a música A chupeta no carro da Gabriela, da banda Rabo de Fogo.
Ora, Nelsão-boca-de-porco, um antigo vizinho da fábrica, aposentado há mais de 30 anos pelo INSS, contratado por Van para os serviços de faxina e que já apresentava pródromos de hebefrenia surtou de forma inusitada saindo à rua mandando a prego abusada abaixar o som.
Quem conhecia aquele bairro de Tupinambicas das Linhas podia ter a certeza de que, a partir daquele gesto, o auê estaria formado.
E foi isso mesmo o que aconteceu. Ao bate boca entre os desocupados, agregou-se mais e mais povoléu. Van depois de ter espiado pela janela, o fuzuê que se formava, saiu à rua pedindo calma à rapaziada.
A dúvida nascida na consciência do Grogue, sobre o local de origem daquelas hordas todas foi sanada logo que ele recebeu uma baforada de cana nas fuças.
- Nossa! – Exclamou ele atordoado. – Os primitivos saíram todos do boteco da tia Lucy. Poderia dizer que estaria ferrado? – Pensou ele.
Os rixentos, em maior quantidade do que os componentes de qualquer nuvem básica de mosquitos da dengue, cercaram a fachada do prédio e quase derrubaram o portão. Aquilo mais parecia um ataque da tribo da Vaca Sentada ao forte Apache.
- Ah, minha virgem santíssima! Nem os índios do velho Oeste eram tão brabos assim!
Um dos malucos gritava feito doido, batendo com uma corda no chão:
- Ra 88! Ra 88! Eu vou te denunciar!
Depois de algumas horas em que até a polícia foi chamada, a calma voltou. As doidas e aloprados consumados retornaram aos seus cigarros, cervejas e maledicência.
Então Van pôde fazer uma revisão apurada do andamento do projeto da gravataria. Os primeiros interessados já faziam pedidos e as máquinas compunham sem parar.
Dando vazão à histeria que as possuía, as descontroladas desejavam, de longe, muito mau agouro ao pobre Van.
Do tumulto surgiu a idéia de uma nova linha de gravatas. Seria uma griffe de respeito, denominada Viotom e a logomarca composta por três burros circundando uma vaca enorme, ornaria o enfeite.
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