Bom dia! Compadre Fudêncio
Bom dia! Doutor.
Compadre Fudêncio eu já te pedi pra não me chamar de doutor, mas vamos tomar um café.
Ta bom.
E aí Compadre Fudêncio como vão as coisas?
Tudo bem!
Um dia desses eu estive com o seu primo o Compadre Sacãnio, e ele me contou uma historia do senhor que eu não acreditei muito não.
O que, que aquele mardito conversou fiado desta vez?
É sobre uma promessa que o senhor fez pra parar de beber.
Eu sabia que aquele excomungado ia dar com língua nos dentes! Deixa, depois eu acerto aquele, linguarudo.
Mas, ele falou até bem do senhor.
E aquela praga fala bem de alguém?
O que, que aquele linguarudo contou pro doutor?
Ele me contou que o senhor fez uma promessa pra parar de beber, eu até notei que o senhor tinha parado um tempo de beber, mas depois, eu vi o senhor tomando umas no bar.
Compadre Fudêncio o senhor fez promessa e quebrou a promessa?
Doutor e eu sou homem de quebrar promessa?
Não, eu não estou duvidando da sua palavra, mas o senhor ta bebendo de novo, então me explica esse negócio direito.
Ta certo eu vou explicar!
Eu fiz uma promessa que se eu parasse de beber uma semana, eu ia a pé até a igreja do Senhor do Matosinho, e fui.
Mas, o senhor andou quatorze quilômetros?
Peguei o asfalto e fui caminhando porque promessa é promessa.
Custei, mas cheguei, entrei na igreja, sentei, rezei bastante, passei água benta na testa, pedi bença pro padre, e sai da igreja tranqüilo.
Quando eu comecei a descer a ladeira, eu vi um boteco na esquina, então, eu parei, pensei comigo, eu já cumpri a promessa mesmo, então eu já posso tomar uma e tomei todas, pois, ninguém é de ferro, né doutor...
Inté doutor dispois a gente prosea mais.
Autor: Marco Túlio de Souza
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