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Contos-->A Zebra e a Girafa -- 26/12/2005 - 14:49 (Márcio Amaral Mesa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Estava amanhecendo o dia na África e uma robusta Zebra (macho) caminhava pela pastagem seca, o sol denunciava, um pouco distante no meio das árvores e do mato alto, a silhueta de uma Girafa, a curiosidade levou a Zebra a seguir a silhueta até que a imagem se tornasse bastante nítida. A zebra se aproximou mas não tinha como se comunicar com aquele ser que insistia em ficar com sua cabeça entre as árvores se alimentando de folhas. Depois de certo do tempo a Girafa percebeu a presença da Zebra e quando estava no lago se abaixou para beber água e então, começaram a conversar.
Dois seres muito diferentes, cada um tinha uma percepção do mundo, uma visão diferente de tudo o que estava a sua volta mas, quanto mais tempo passavam juntos, quanto mais se falavam, mais se sentiam completando um ao outro.
A Girafa que podia ver os pássaros de perto, sentir a brisa com o aroma das folhas das altas árvores, contava as sensações que sentia e também como era bonita a visão que tinha das listas da Zebra. Já a Zebra falava como era a sensação de sentir o mato alto em sua cara, o calor da terra e como era ainda mais maravilhoso o horizonte quando a alta e imponente imagem da Girafa se desenhava delicadamente na frente do sol se pondo.
Dias e meses se passaram, caminhos longos foram percorridos, inúmeras descobertas foram feitas e os dois viviam uma realidade completamente diferente daquela anterior ao primeiro encontro, pode-se dizer inclusive, que eram diferente de todos os outros animais que vivem em seus mundos distintos com seus semelhantes.
Mas o círculo da vida e da sobrevivência na selva, do qual já tinham quase se esquecido, ainda existia e certo dia a Girafaque estava na parte debaixo de uma pequena elevação para poder ficar cara-a-cara com a Zebra, mesmo compenetrada em uma daquelas profundas e longas conversas, percebeu a aproximação mansa de um Leão e alertou a Zebra que saiu em disparada, sabendo que o Leão poderia alcançá-la a qualquer momento ela começa a ziguezaguear seu corpo correndo para o mato alto com a esperança de dificultar a visão do Leão. Enquanto isso, a Girafa desesperada tenta, com dificuldade, subir o pequeno penhasco e quando consegue vai atrás do Leão ignorando qualquer perigo. A Zebra, que já não sente suas pernas, continua correndo tirando forças não se sabe de onde até que o Leão fique tão próximo ao ponto de ela poder sentir seu hálito quente...
Com toda a euforia e desespero a Girafa finalmente se aproxima daquele ser que tinha se tornado a razão da sua vida e que, agora que estava correndo o risco real de perder, percebeu a dimensão do que sentia e que não poderia mais viver sem a Zebra, então chorou ao ver o corpo da Zebra caída no chão e as manchas de sangue no mato.
Aproximando-se da Zebra a Girafa notou que ela não sangrava e que, apesar dos olhos fechados, era possível ouvir a sua respiração, olhou para o outro lado e viu o Leão inerte no chão, mesmo sem entender nada, se arrepiou como se tivesse recebendo pequenos choques em todo o corpo, sua cara se aqueceu e agora as lágrimas que corriam eram de alegria. Ao acordar a Zebra, depois de longos afagos, contou o que tinha acontecido:
— Eu já não agüentava mais correr e jogar meu corpo de um lado para outro e, na verdade, pensei em desistir várias vezes mas, quando me lembrava de você as minhas forças voltavam e não me importava com o cansaço e com as dores em minhas pernas, eu nem sentia mais minhas pernas, parecia que estava voando. Só que quando chegamos ali, a cerca de dez metros, o Leão ia me alcançar e eu não tinha mais chance alguma quando ele decidiu fazer seu movimento final para me pegar, lançando seu corpo sobre mim, neste momento eu pisei naqueles galhos que se viraram para cima e atingiram o Leão no peito como lanças, enquanto ele ainda erguia suas patas. Agora estou aqui e sinto, mais do que nunca , que você é minha razão de viver e jamais te abandonarei.
A Girafa e a Zebra saíram caminhando tranqüilamente, enroscando seus pescoços de vez em quando enquanto o sol, que avermelhava o céu, começava a se esconder.
E, quando for para África, não se espante ao ver animais parecidos com Zebras mas malhadas e Zebras com pescoços compridos ou Girafas com Listras!
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