Havia uma turma de 20 meninos, que adoravam se fantasiar de “fantasmas no carnaval”; túnica e capuz branco, para assustar as pessoas, entravam no cemitério, ficavam escondidos um bom tempo, e quando anoitecia saiam assustando as pessoas; pulando e rindo, da cara das pessoas.
Mas no segundo dia de carnaval, eles arrumaram uma briga entre si, e um dos meninos resolveu que não iria participar daquela brincadeira, no dia seguinte. Foi embora puto!!!
Então os meninos resolveram, ir assim mesmo, combinaram hora e local, até ai tudo bem.
Chegaram na hora marcada e, alguns reclamaram a falta do amigo, mas a maioria começou a dizer – ele ta é com ovo atravessado... – é um covarde, afinou .
Entraram no cemitério, e começaram a brincar.
Enquanto isto, o outro que ficou puto, estava em casa, mais puto ainda, pois eles nem ligaram e nem chamaram ele.
Então, ele teve a brilhante idéia de vestir a sua fantasia, e ir para o cemitério para se juntar aos outros, mas não avisou pra ninguém, e lá foi ele com a maior da inocência.
Pulou o muro e misturou-se aos outros.
E corre daqui, pula ali, assusta um, depois corre entre os túmulos.
Foi ficando tarde, então, eles resolveram que iriam para rua assustar as pessoas.
De repente, um menino resolveu contar quantos meninos tinham na turma.
Começou, um, dois, três, cinco, dez, treze, quatorze, quinze, dezesseis e no dezessete, ele já começou a ficar sem fala. E os outros meninos foram ficando esquisitos, então um gritou – dezoito e quando outro foi gritar – dezenove, já estavam na rua, brancos iguais cera, suando e alguns chorando – gritando para as pessoas “tem um fantasma no cemitério”.
Ta vendo, isso que dá, não tentar entender os amigos.
Você! Corre um sério risco de ver um fantasma...
Autor: Marco Túlio de Souza
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