Da varanda da casa de minha avó, dava para ver se tinha gente lá no campinho
da estrada. Se, eu via alguém lá, era sinal que ia ter pelada.
Corria, para poder chegar lá. Pois, se demorasse ia ficar difícil jogar, porque, como
eu vários meninos também já estavam indo para lá.
Chegava, e já tinha uns dois ou três meninos batendo bola, de repente ia chegando
menino de todo lugar. E, um virava e falava! Tem que tirar para ou impar.
Sempre os melhores tiravam par o impar, o sorteio era feito.
O que ganhava começava a escolher, eu quero este e outro eu quero este.
Quando um time e a ficando mais forte que, o outro, ai, começava a discussão, assim
não dá! Então havia uma troca um ruim para cá, um médio para lá.
No gol, sempre os gordos ou ruins.Então, um falava depois troca de goleiro.
Cada vez que tomar dois gols, troca o goleiro. Ai, quando a gente começava a
jogar, alguém olhava nos barrancos e já tinha uma meninada danada para jogar.
Ai, um gritava! Quando acabar esta, vai passar para escrete. Então, iam se formando
os times de fora, quem perdesse saia.
O dono da bola era o Zinho (flamenguista doente) e bem mais velho que a gente.
O dia que tinha outra bola diferente e, o pessoal não deixava ele jogar, ele subia
no barranco e mandava pedras ou então ia em casa , buscava um enxadão e furava
o campo todo ou arrancava as traves de bambu.
Eu neste caso só citei o nome do Zinho porque era um personagem central, quase
todas vezes. E não tinha como citar os nomes dos outros, pois, tinha menino de toda
idade, tinha até cavalão.
Autor: Marco Túlio de Souza
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