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Contos-->O Homem Que Queria Ser Rico -- 07/01/2001 - 17:01 (Antônio Martins Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Todo mundo precisa de dinheiro. Há quem tente refutar isto, mas é inexorável. Dinheiro para comer, dinheiro para se vestir. Algum dia vamos precisar de dinheiro até para respirar.
Pablito se revoltou contra isto: queria que não fosse preciso dinheiro. Então, ele aprendeu a fazer colares, anéis, pulseiras e foi viver por aí, o mais livre que pudesse.
Eu conheci Pablito em Canoa Quebrada. Não comprei nada dele, mas nos tornamos amigos. Tocávamos violão e este era o nosso passaporte para círculos mais loucos. Na praia- enquanto eu tomava minha cervejinha, deitado na minha espreguiçadeira, tendo o azul do céu e o verde do mar, a frente e de costas para o sertão, enfim, enquanto eu gozava umas merecidas férias- Pablito trabalhava. Pablito batalhava alguns trocados para mais tarde, nas farras da “Broadway”, a rua principal de Canoa. E era preciso dinheiro para bebidas, mulheres, cigarros e outros prazeres que não se devem citar. No fundo, Pablito queria ser rico.
Um dia, Pablito apareceu com uma idéia inusitada. Ele havia fabricado um anel a partir de uma moeda de um real. Era um anel fino e prateado, comum demais para despertar qualquer sentimento de consumo. Um anel fabricado a partir de uma moeda de um real!
Diante da minha estupefação, me explicou que pretendia ficar rico fabricando anéis com moedas de um real e vendendo-os por dois reais. Ele estava entusiasmado e achava que iria ficar rico. Perguntou-me se eu não queria ser seu primeiro freguês e eu lhe respondi que só poderia pagar um real pelo anel. Assim, me tornei proprietário do primeiro anel de dois reais fabricado a partir de uma moeda de um real.
A idéia foi um sucesso. Pablito vendia milhares de anéis na praia e realmente estava ficando rico. Era a “coqueluche” daquela temporada de férias em Canoa Quebrada. Todo mundo queria ter o seu anel de dois reais feito de uma moeda de um real. O sucesso foi tanto que até se publicou uma matéria sobre o assunto em um dos jornais do Estado.
Pablito estava ficando rico! No entanto, tamanha publicidade acabou por chamar a atenção das autoridades. E assim, foi designado um promotor para acusar Pablito de desrespeitar os símbolos nacionais.
Desnecessário dizer que Pablito foi condenado e teve de pagar uma multa tão alta que ficou “liso” novamente.
Por outro lado, os anéis se tornaram uma raridade. Chegaram a me oferecer dezoito reais por aquele anel de dois reais que eu comprei por um real. E eu ainda não vendi.

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