Era bom demais!!!
Oh! Melhor na porta da zona.
Aquela mulherada e o ato de matar aula era um ato transgressor, saudável, alegre e divertido.
Eram só meninos de 13 ou 14 anos matando aula.
A mulherada de vez em quando xingava -sai daqui pirralho!
Ou então – que, qui ocês tá fazendo aqui?
Nada.
Porquê?
Por nada, tudo uniformizado, camisa branca, blusa azul e calça preta. Tá bem...
Vê se já se viu, matar aula na zona?
Aqui ninguém acha a gente!
Mas a polícia vem aqui de vez em quando!
Êpa! Vão-bora, moçada!
Já deu o sinal do último horário.
Matar aula nos trens da ferrovia.
Era perigoso de mais!
Os vagões ficavam parados e nós trepados em cima.
Não sei fazendo o que?
Pulava de um vagão para o outro – pelos engates, é claro!
Ficávamos encostados no vagão fumando um cigarro sem filtro, um mata-rato qualquer.
Rindo de bobeira.
E derepente o trem começa a andar.
Ai! Moçada.
Deu o sinal do último horário.
Matar aula no cemitério.
Muito triste e baixo astral e de manhã.
Ah! Toda hora a gente pensa, que alguém vai levantar dali.
Qualquer barulho dá um calafrio.
A hora não passa e ainda faltam três horários... é foda!
A gente tem ir embora antes da aula terminar.
Fica na rua igual zumbi.
Todo mundo olhando de cara ruim, prá gente!
Tipo, vou contar pro seu pai ou – eu conheço a sua mãe.
Só tem um problema – chegar em casa.
Chegando cedo?
Não, não fala nada!
Eu já sei, seu safado!
O quê? Mãe.
Autor Marco Túlio de Souza
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