O que você fazendo sozinho com essa mala?
Cala a boca. São algumas bombas para assustar.
Você não vai me ajudar?
Claro.
Vamos atrás de umas mulheres.
Vamos, anda.
Sujou, os alemães estão chegando.
Vamos caminhar devagar, sem pânico.
Eu fico na esquina e você entra no hospital.
Tudo bem.
E esse barulho ensurdecedor de bombas no meu ouvido.
Entre no hospital.
Você encontrara a Bárbara louca.
O que você tem?
Eu não agüento mais esse barulho destas bombas.
Alguém esta esmurrando a porta com sangue no rosto, é um soldado louco com uma farda suja.
E diz que bateu muito neles.
Neles quem? Nos alemães. Que alemão?
Ele esta com medo, Bárbara também.
Ele quer levar ela, e, eu fico puto.
Ela esta em pânico, quer me mostrar uns projetos, ele não deixa e fica falando da sua testa que esta sangrando.
Ela se arruma toda bonitinha e diz que vai, com ele.
Eu não permito, vou atrás.
Estão num bar e eu não sei onde.
Arrumo um revolver de agente secreto, penso em atirar, mas fico pensando se o revolver é de brinquedo e, não atiro.
Ele pega uma faca.
Eu miro nele e ele chora.
Corro para algum quarto qualquer do hospital , deito na cama de cima, resolvido a voltar para o meu sono.
Escuto um barulho e vejo alguém na cama debaixo é um americano doido e todo machucado.
Tento fazer um dialogo, mas ele é sacana. Arrumou uma tesoura e quer corta o meu cabelo, fico puto e ele rindo.
Entra um chinês no quarto pedindo alguma coisa, vale transporte, ticket refeição o que tiver e eu vou fazendo a minha mala.
O chinês querendo Ksuco de uva, pego a mala tento levar os meus vales e o porra do americano, começa gritar; dá a mala pra ele!
Saio correndo agarrado a minha mala e quando olho para baixo vejo uma avenida longa e iluminada, estou na ponta dos pés , resolvo voltar devagar, agachado, toco na caixa d’água de cimento, e me agarro num resto de construção e volto para o meu sonho e meu sono e o sol, puta que pariu!!!
Autor Marco Túlio de Souza
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