Há um ditado popular, que vocês já devem, possivelmente, ter ouvido se usar por aí: “macaco velho não mete a mão em cumbuca”. A respeito desse dito, comenta-se que no início do século passado os caboclos aprenderam com os índios uma artimanha para capturar, no meio das florestas, esses pequenos primatas, pois a carne dos macacos era, por demais, apreciada pelos silvícolas.
A armadilha consistia em se utilizar uma espécie de cabaça – a “cumbuca” –. Os caboclos abriam um orifício na cabaça e colocavam dentro dela pequenas pedras lisas. A abertura permitia que a mão do macaco passasse por ela, somente, de forma bem justa. Como os macacos gostavam muito de saborear tais sementes, essas cabaças se tornavam para eles um chamativo. Gananciosos, sacudiam as cabaças e achavam haver dentro delas abundantes sementes, no entanto ao meterem a mão na “cumbuca” e agarrarem as falsas sementes ficavam com a mão entalada.
O macaco corria e sacudia a mão para se livrar da “cumbuca”, mas não conseguia. Tentava subir pelos troncos das árvores, desequilibrava-se e despencava, por causa da “cumbuca” entalada na mão. Só lhe restava correr, desajeitado, arrastando pelo chão a cabaça e dessa maneira se tornava presa fácil. O caboclo, então, com rede em punho, chegava, lançava-a sobre o macaco e o capturava.
Os macacos velhos ficavam observando tudo do topo das árvores e preferiam não arriscar meterem as mãos nas “cumbucas”, pois a experiência os havia ensinado muito. Daí o dito popular: ”macaco velho não mete a mão em cumbuca”.
Curioso é que, se largasse aquelas pequenas pedras, o macaco ganharia a liberdade. Porém quanto mais em apuros se sentia, mais firme agarrava-se às supostas sementes. Isto lhe iria custar a vida. Em tal circunstância, de que adianta ter as mãos cheias de apetitosas sementes? Tampouco, que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a própria vida?
Pensamento:
“ . . . cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e o seduz”.
(Epístola de Tiago 1:14)