COMPARANDO RICO E POBRE
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Desde séculos passados, existe a separação
Aqueles “não situados” e os de boa situação.
Casa de pobre é barracão. É palhoça. É “lá me escondo”.
É tenda armada no chão. É sol na ponte se pondo.
É banco de praça na aurora. Com direito a umidade.
Com jornal de última hora. E despertador de verdade.
Casa de rico é residência. É palacete, é mansão.
É lar que tem influência. Arquitetura com educação.
Condução de pobre é canela. Sistema ósseo e sinalização.
Pobre só tem motorista, quando pega lotação.
E como é educado! o motorista do pobretão!
Sai da frente, discarado ! É a sua, seu ladrão!
Rico tem carro prá tudo. Prá trabalhar, para passeio.
Tem carro até, não me iludo, só prá bater no do alheio.
E como o chofer é cortês! Um comandante da marinha!
Sua farda engomadinha, dirige até em inglês.
Rico é gordo, cara cheia. Tem toda a pinta de bacana.
Pobre só enche a cara, quando bebe muita cana!
Mas riqueza é ilusão. O pobre só não tem é dinheiro.
Mas é ele, na certa, o primeiro, a viver, a ter coração.
Se um dia o pobre enriquece, compra livros e os lê.
E na pobreza envelhece, ajudando alguém que não “ vê.”
Já o rico, rico de berço, que viveu sempre em riqueza
Da vida, viveu um terço. Não conheceu a pobreza.