DESABAFOS E DESAFOROS
(por Domingos Oliveira Medeiros)
A Doutrina Bush é uma excrescência monstruosa. Urge varrê-la para sempre como entulho histórico imprestável à convivência harmoniosa das diferentes culturas e valores universais. Ou seja, como ação para o resgate da paz e da segurança dos povos.
"Edifício construÍdo sobre os escombros do último confronto mundial para preservar as gerações vindouras do fragelo da guerra, a ONU estremece e pode desabar" EditorIal do Correio Braziliense, "Guerra e Paz", de 21-03-2003.
Não se respeita mais o disciplinamento jurídico contido na Carta das Nações Unidas. Abre-se precedente perigoso para o anarquismo mundial, movido a bombas e aparatos bélicos de poder destruidor inimaginável. A vida humana tornou-se um mero detalhe.
A guerra (vale dizer, a invasão) dos EUA contra o Iraque é, antes de tudo, um crime contra a humanidade. O Tribunal Penal Internacional tem que ser acionado. Bush precisa prestar esclarecimentos ao mundo inteiro. Não há mais espaços para o imperialismo.
A saída é simples. Dividir as funções econômicas e sociais entre o Estado e a Iniciativa Privada. Um não pode sobrepor-se ao outro. E o homem, vale dizer, o meio ambiente, a natureza, tem que ser prioridade em todos os projetos de desenvolvimento.
Esta não é a América que desejamos. “Não abro mão da América do Norte que está no coração de todos os homens livres, capaz de criar coisas como o jazz, a boa literatura e tudo o que expressa o país de Jefferson, Franklin, Lincoln, Roosevelt, Martin Luther King; de escritores como Hemingway, Dos Passos e Steinbeck; de poetas como Withman; de músicos como Gershwin, Telonius Monk, Count Basie e todos os grandes blueseiros e jazzistas do Norte que traz gravadas na estátua da liberdade as palavras de Emma Lazarus: “Venham a mim os exaustos, os pobres, as massas confusas, ansiando por respirar a liberdade”. (Frtitz Utzeri, JB, 23 de março).