Quero agora pensar com vocês. Como podemos acreditar em algo tão superficial e a ele agarrarmos feito sagüis recém-nascidos a suas mães. Fomos criados como ser de evolução. Fomos criados para evoluirmos. Essa evolução que coloco aos seus pensares, não se trata de uma simples evolução leviana. Evolução sim, conjunta. Corpo espírito, alma, energia. Qualquer outro segmento extracorporal. O físico fácil se evolui. O físico por se mesmo evolui. Seres de inteligência somos todos. Como direcioná-la única e exclusivamente ao corpo. Ao físico. Ao material. Isso passa. É difícil não dependermos dela. É difícil desgarrarmos dessa mãe sagüi. Mas é inefável essa consciência de desprendimento. É às vezes inata. E de difícil encontro. Não podemos desistir fácil. Somos seres de persistência. Somos seres já bastante evoluídos fisicamente. Pensamos agora no outro. No nosso outro. Na nossa outra parte. Aquela que não se vê com os olhos que se fecham. Aquela que não se cheira sem narinas. Aquela que não sentimos se nos cortam as mãos. Aquela que não degustamos se nos falta o paladar. Aquela parte que nos deixam surdos quando tapamos os ouvidos. A parte da evolução humana. É necessário começarmos utilizar mais que 10% da nossa capacidade (alguns se soberaneiam ao utilizar 12%). Estamos felizes com tão pouco? Por que temos mais 90%, 88% que seja, para conhecermos? É que é necessário. É onde devemos chegar. Não digo para abandonarmos os prazeres capitais, mas sim para prosseguirmos com algo mais. Mais forte, mais limpo, mais íntimo, mais belo, mais oculto. Temos que abrir nosso campo de harmonização. Temos de ser mais humanos. Completos. Não precisamos de luz artificial para viver. Precisamos torná-la parte de nossa vida. Não deixar que nossa vida torne-se parte dela. Antes do fogo, existia o sol. Víamos o que ele mostrava, o que era pra ser sentido. A noite nos foi dada para sentir. Com a alma. O lugar criado para nos era natural. Tinha água. Quanta água. Tinha muita luz. Até mais que doze horas de luz. Tínhamos verde. Tínhamos amarelo. Tínhamos vermelho, azul, violeta. Tínhamos arco-íris. Tínhamos pássaros. Muitos deles. Tínhamos ar. Tínhamos tudo. Tínhamos vida. Pra onde estamos correndo? De quem? Por que? Pra que? Acho que não queremos cair. Temos de ser o que fomos criados pra ser. Filhos do paraíso.
