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Cartas-->Estigmas do Tempo de Rubenio Marcelo por maria do socorro xa -- 16/02/2003 - 10:25 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Prezado poeta e escritor Rubenio Marcelo: Segue meu modesto comentário sobre teu valioso livro : Estigmas do Tempo: Rubenio Marcelo: Editora Pantanal: 2001: 116p. Campo Grande- MS.- 1a. edição.
Por: maria do socorro Cardoso Xavier

Duas vertentes literárias: o erudito e o popular. Trazendo nas veias a canção da terra nordestina, suas agruras e beleza das praias alencarinas – aporta no pantanal, o bardo cearense, qual patativa do assaré não parou mais de plantar seus versos populares de mais rara beleza!
Um livro não só de poesias e crônicas do cotidiano, mas o sonho de um cearense destemido e idealista, que nunca desistiu. Sonhar é preciso, parodiando “navegar é preciso”... São sonhos plenos de humanismo que brilha na retina , dando ao poeta a estrela da vida – o versejar o mundo, o tempo, os seres, até o cidadão mais comum que passa na existência de cada um. O captar destes instantes, faz do poeta um ser divino, ao traduzir o sentimento múltiplo e indecifrável da beleza, da justiça, do amor humano – tão finito e infinito ao mesmo tempo – pelo transcendental do seu pensar.
Assim é o poeta e cordelista Rubenio Marcelo. Transplantou-se ao centro-sul, ambientando-se com outro tipo de cultura brasileira; não menos rica e de esplendorosa natureza selvagem – tal qual a do ceará, do Nordeste em geral: pródiga em valores artísticos e literários; o canto, o cordel, o repente. “Em se plantando, tudo dá”... Rubenio é a planta que agora cresce em outro habitat e colhe os louros de uma fértil safra de talento – no reinventar de várias formas de vida, dos ideais e dos sonhos encantados! Vivemos, tantas vezes, tanto quanto, renovamos os sonhos!
Rubenio Marcelo cuja temática variada em Estigmas do Tempo – viaja por vários caminhos: - pelo metafísico, pelo planeta terra com abissais e abismais seres, pela seara humanitária e fraternal, dos filhos e amigos, pois são as luzes no túnel do seu viver; pelo amor sensual, ainda é aquele homem romântico que lança à mulher, o olhar de ternura infinda; faz incursões pelo social; mas o seu forte, é o popular: o belo e o simples a um só tempo!
Possuidor de uma cultura multifacetada, trabalha com várias categorias; nas quais fundem-se num estilo próprio e singular, ora com muita seriedade, ora com ludicidade - trocadilhos em algumas vezes. O clássico e a modernidade, o racional e o sensível, a fantasia e o real.
O incerto futuro: “homo sapiens” versus “homo futurus”, causa-lhe perplexidades, em cuja sofreguidão existencial, o tédio, os dilemas do ser – a desolação humana, à espera do admirável homem novo ou da espectral morte? Em vez destas demonstrações de grande potência tecnológica científica, bem melhor seria: “ se houvessem aprendido, na terra, a viver como homens”! Verso filosófico do autor, nesta magnífica obra.
O autor, poeta, faz incursões filosóficas em diversos poemas – o ser quântico – metafísico, ainda inacabado pelo “veneno frenético das criaturas”. Introspecções que rejeita esse mundo imundo demais: “caminhos vertigens sem norte, sem paz’! Não descuida do transcendental na vida do homem. Deus é a âncora, Jesus a presença constante de todo cristão, norteia suas atitudes; motivos de inspiração e fortaleza do poeta. Consciente ou inconscientemente é influenciado por laivos espiritualistas, que lhe ajudam entender e indagar a teleologia dos finitos da terra . No belo poema “Estigmas do Tempo” que dá título a este inesquecível livro, esta valiosa estrofe: “E há um análogo prólogo/ catalogando o monólogo/ E o epílogo do diálogo/ Depende só dos humanos”!
Nos interstícios do sonho e pesadelo humano, o poeta imbuído dessa paranormalidade, sai um gênio do bem a cantar o amor por aí. Ramificado em árvore de amor fraternidade, liberdade, justiça e esperança. São palavras-chave para redimir as transgressões humanas. Ser livre é a condição para ser feliz; a esperança de um novo dia!
O fértil versejador, encontra em tudo, motivação para versejar. Poemas ricos de lirismo e simbologias; quer sob um realismo fantástico ou sob o romantismo emocional, faz da poesia a manifestação do seu belo interior, que clama por paz, igualdade, e, sobretudo um hino à coragem. Seus sábios poemas ensinam a saber agir. Poemas frutos de uma mesma árvore, sínteses de toda uma dialética poética e de existência. É a vida querendo desfazer feridas, saldando dívidas cruéis, o peso dos abismos do percurso, que chegam a tirar o brilho dos olhos, mas sem nunca desesperançar os sonhos encantados do menino de Iracema! Agora Acadêmico do Mato Grosso do Sul! Por méritos naturalmente! O menestrel cearense “soube, fez a hora e não esperou acontecer”...
O prefaciador da obra, excelente crítico literário- Geraldo Ramos Pereira( da Academia Matogrossense de Letras) dissecou pertinazmente “Estigmas do Tempo”, destacando-lhe as jóias de poesia constante do livro: “Soneto da Revolta” e “Criadores e Criaturas”. Acrescentaria também, na minha ótica de ver: Glosas e Glórias Musicais, estilo cordel, pela valorização aos ritmos e sons musicais do Nordeste; Canoa Quebrada, - pelo canto telúrico; Cantadores em Desafio; Os cantos, Glosados; A Coragem e a Sorte; Mar de Sonhos- pelo lirismo infindo; O mar, uma tarde e um Adeus –pelo romantismo; Um adeus e a madrugada; Insólito Prelúdio – pela criatividade; O Tempo e o Templo e Amor-Vertigem, - pelos singulares trocadilhos. Enfim, outros, que refletem naturalmente o admirável e versátil poeta que é o Rubenio Marcelo!
A Academia MatoGrossense de Letras está de parabéns por ter adotado no seio do seu honrado corpo de acadêmicos, o cidadão, poeta cearense Rubenio Marcelo, como um dos seus pares! Meu abraço nordestino, pernambucano, com ancestralidade cearense. Estigmas do Tempo, veio para ficar; nem o tempo apagará!


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