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Cartas-->Estatutos do Homem de Thiago de Mello -- 26/01/2003 - 14:34 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ESTATUTOS DO HOMEM
(THIAGO DE MELO)

Artigo l - Fica decretado que agora vale a verdade, que agora
vale a vida e que de mãos dadas trabalharemos todos
pela vida verdadeira.

Artigo 2 - Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive
as terça- feiras mais cinzentas, têm direito a converter-
se em manhãs de domingo.

Artigo 3 - Fica decretado que, a partir deste instante, haverá gi-
rassois em todas as janelas, que os girassóis terão
direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas
devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o ver-
de onde cresce a esperança.

Artigo 4 - Fica decretado que o homem não precisará nunca mais
duvidar do homem. Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento, como o vento confia
no ar, como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo ùnico- O homem confiará no homem como um menino
confia em outro menino.

Artigo 5 - Fica decretado que os homens estão livres do jugo
da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça
do silêncio nem a armadura de palavras. O homem
se sentirá à mesa com seu olhar limpo porque a verdade
passará a ser servida antes da sobremesa.

Artigo 6 - Fica estabelecida, durante dez séculos a prática sonhada
pelo profeta Isaias, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de outrora.

Artigo 7 - Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado perma-
nente da justiça e da claridade, e a alegria será uma ban-
deira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo 8 - Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo 9 - Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem
o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o
quente sabor da ternura.

Artigo l0 - Fica permitido a qualquer pessoa, a qualquer hora da vida
o uso do traje branco.

Artigo ll - Fica decretado, por definição, que o homem é um animal
que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela
da manhã.
Artigo l2 - Decreta-se que nada será obrigado nem proibido. Tudo será
permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar
pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo Único – Só uma coisa proibida: amar sem amor.

Artigo l3 - Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais
comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do gran-
de baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada
fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia
que chegou.
Artigo final - Fica proibido o uso da palavra liberdade a qual será supri-
mida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transpa-
rente como um fogo ou um rio, ou como a semente do trigo,
e a sua morada será sempre o coração do homem.






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