Sentido eu sei que não existe. Há muito percebi que viver não é buscar ou ter pra onde ir. No entanto as pessoas escrevem, se digladiam e sofrem, tentando explicar ou demonstrar, tentando enquadrar-se nessa realidade que acreditam existir.
Descarto essas coisas e me concentro na beleza. Principalmente na beleza das coisas inusitadas. Me parece que a maioria das pessoas do mundo ainda não compreenderam a beleza de um trôço. A beleza de um trôço se encontra em sua forma, em sua cor, em sua textura. Provavelmente um trôço apresentará belezas incrustadas que agradarão ao paladar. Ainda não alcancei tal grau de curiosidade. Sou um fraco, um caretão.
As pessoas deveriam se deter e procurar as belezas nos lugares menos óbvios. Se passassem menos tempo anunciando por aí que amam, procuram o amor ou o quanto gostam de ser amadas, entenderiam melhor o caráter daquilo que chamam de "amor". Se não procurassem tão sofregamente "sugar a essência da vida", teriam menos chances de destruí-la, coisa que vem fazendo desde o início dos tempos.
Mas tudo isso é especulação incoerente, elocubração. Se as pessoas que se pretendem gente passassem mais tempo elocubrando, perceberiam por si mesmas que a beleza de um texto não está em seu rebuscamento, e que sua essência não está em sua lógica, assim como a beleza da vida não está em seu sentido e sua essência não são os objetivos propostos.
Perceberiam formas diferentes de se expressar, e assim não pareceriam tão iguais...