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Cartas-->Carta a Mim Mesmo de Paulo Nunes Batista -- 23/11/2002 - 14:32 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cartas a Mim Mesmo
Paulo Nunes Batista

Camarada:
A Utopia não morre, mesmo que o sonho se acabe. Como Fênix lendária, renasce das próprias cinzas, eternamente. O ideal é, como o próprio espírito, imortal!
O mundo melhor arquitetado faz em embrião no mundo caótico, injusto, anticristão da exploração desumana. Como dizia o excelso poeta Luiz Delfino:
“Deus não gosta de ver nus e descalços.
Pode o trabalho só salvar o homem.
Agônicas visões ainda o consomem,
Mas há céus ideais, céus menos falsos.”
Avante, Companheiro, que a Luta pacífica há de ser vitoriosa. Assim como Gandhi baseou seus ideais nos princípios do “sathyagraha” (amor à verdade) e da “ahinsa” (não violência), a resistência pacífica derrotará a Violência,m e amor à Justiça Social será proclamado na Terra.
Já Augusto dos Anjos, o poeta da Dor, afirma num de seus sonetos:
“E eu maldizia o Deus de mãos nefandas
Que, transgredindo a igualitária regra
Da Natureza, atira a raça negra
Ao contubérnio diário das quitandas”.
Essas crianças famintas, subnutridas, doentes, condenadas à morte antes do tempo; essas meninas prostituídas, grávidas aos dez anos de idade; esses jovens drogados, apanhados nas malhas da Violência e do Crime; esses anciãos entregues ao deus-dará; esses trabalhadores injustiçados, de vergonhosos salários – mínimos mensais; esses camponeses indigentes, sem terra para trabalhar, sorrindo sem dentes ou de dentes podres para a sociedade madrasta que os mói na morada da miséria sem esperança – toda essa Humanidade que a Pobreza avilta - , serão um dia remidos pelo próprio sofrimento, quando o sol justiceiro nascer, como no samba – canção, que o poeta, ator e autor teatral Mário Lago, ofereceu a Luiz Carlos Prestes num de seus aniversários natalícios, e canta assim:
“Existe, perdida num canto qualquer da cidade,/uma rua sem sol, e sem felicidade./Triste, de terra batida,/de gente mais triste, combalida/pelos socos da vida,/tão cruel de ganhar.
Na rua sem sol ninguém ri, ninguém faz batucada,/e até a garotada já esqueceu de brincar./Quem passar vai pensar/que o tempo parou/e na rua sem sol só fantasmas a vida deixou.
Quem passar vai pensar que o tempo parou,/e na rua sem sol só fantasmas a vida deixou.
Mas no alto da rua sem sol há uma luz sempre acesa,/luz que é sol na tristeza dessas vidas sem sol./É a esperança do sol, que amanhã há de vir./Nesse dia de sol, essa rua sem sol vai cantar, vai sorrir.
É a esperança do sol, que amanhã há de vir./Nesse dia de sol, essa rua sem sol vai cantar, vai sorrir”.
E que Deus te abençoe pela tua fraternidade para com os desvalidos, tua solidariedade aos ofendidos e humilhados, tua Luta Santa e Bendita pelo mundo da Luz, da Paz, do Amor, da Harmonia, da Verdade e da Justiça.
Assim seja. 7/7/2002.

Notícia Rápida sobre Paulo Nunes Batista:
Paraibano radicado em Goiás (Anápolis), morou em cerca de vinte cidades do Brasil, inclusive nas maiores capitais (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, além de Goiânia e João Pessoa), exercendo atividades desde cobrador de ônibus, trabalhador braçal até jornalista e professor, sendo aposentado do Fisco de Goiás, onde ingressou por concurso público.
Militou no PCB de 1946 a 1952, época em que foi preso político em São Paulo, como redator que era do diário HOJE, arbitrariamente fechado por um IPM. Nunca foi torturado, mas assistiu à tortura de preso quando de sua outra prisão, em Recife. Como jornalista vem denunciando e protestando contra sevícias a presos, políticos ou comuns. Vem há muitos anos publicando artigos, crônicas, reportagens e poesias na imprensa de Goiás, do Brasil e de Portugal.
PNB é autor de seis livros e mais de 140 folhetos de cordel, editados a partir de 1949. Em 1961 tornou-se espírita e vem colaborando na imprensa doutrinária desde então. Tem vários outros livros prontos para publicar (O Cordel Iluminado, Cantos de Pedra e de Flor etc) e continua produzindo. É formado em Direito.


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