Amigos nascem amigos. Não brotam em árvores ou germinam da terra. São pessoas especiais, predestinados a serem parceiros, líderes, conselheiros e companheiros. Nasceram para amar as pessoas ao seu redor e alegrar o ambiente. Contagiam com paz, transmitem saúde, e quando gripados não deixam que cheguemos perto. Nos dão presentes e nos surpreendem com um abraço no decorrer de um dia difícil. Traçam suas vidas, planejando num futuro próximo sermos seus padrinhos, sócios e eternos parceiros de truco. Brigam quando necessário, mas sempre pelo bem. Não agüentam um dia sequer estarem longe. Quando isto acontece, trocam e-mails, telefonemas, cartas, mas não deixam de se falar. Contam entre si os segredos, as dificuldades e os sucessos também. Ensinam o outro a dirigir, mesmo que ele seja um mau motorista. Pagam a feijoada no sábado, e mesmo quando falta dinheiro, deixam fiado a rodada de cerveja da sexta-feira à noite. Bebem sempre juntos, e quando ultrapassam os limites, utilizam o ombro do parceiro como apoio, mesmo este estando ainda mais embriagado. Avisam quando tem caquinha pra fora do nariz, casquinha do feijão no dente da frente e não se importam em dizer na presença de todo mundo que o barguilha da calça está aberta. Colocam a etiqueta da camisa para dentro e avisam quando o cabelo está desarrumado. Enfim, há uma preocupação maior entre os amigos. Normalmente ouvem as mesmas músicas e curtem os mesmos lugares. Costumam sonhar bastante, contar as vontades, fantasias e desejos. Amigos nos inspiram, escrevemos textos como as águas que correm nos rios, naturalmente. A palavras fluem e terminam numa folha. Formam frases, na tentativa de conseguir que aquele bonito sorriso mantenha-se por mais um ano de vida e, sem a intenção, totalmente sem querer, arrancar uma emocionante lágrima. Não de tristeza, somente felicidade.