Não sei por quê, mas este mês inspira-me certa magia.
Talvez por ser mágico mesmo.
Foi o mês escolhido para o meu enlace matrimonial. Mas, frustrado, pois não consegui vaga na Igreja. Só para o mês seguinte.
Por isso, casei-me em outubro, no dia 15, dia do Mestre (coincidência) e numa quinta-feira ensolarada e bela...
O sol mostrou-se o dia todo. Mas, no exato momento da cerimônia, após todos chegarem à Igreja, caiu uma chuva abundante.
Foi, de certa forma muito bom, por haver amenizado o calor que fazia, na época.
Dizem que quando chove no dia do casamento é porque a noiva comeu na panela. Pode ser folclore, mas comigo funcionou. Eu adoro comer em panelas.
Quando menininha, conheci uma família do norte; "pau-de-arara", como diziam. Eles comiam feijão com farinha, amassavam com os dedos. Olhando aquilo, achei que era muito gostoso. Chegando a casa, experimentei... Era gostoso mesmo:
sentir os dedos em contato com a comida,
a língua... lambendo os dedos... Algo tão aconchegante...
De repente, um tapa nas mãos tirou-me daquela delícia. Era meu pai:
"- Uma menina que não se comporta à mesa, parece um bichinho!"
Como podem ver, a visão da lua nova, trouxe-me uma "mixórdia" de lembranças, tão desencontradas...
Mas...
Obrigada, sim?
Por ter sintonizado comigo estas lembranças tão caras...
